(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
aracruz/vcp/fibria celulose e papel
2010-05-24 | Tatianaf

O terminal Especializado de Barra do Riacho S/A requereu ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) a Licença Prévia para iniciar seu plano de expansão do porto, em Barra do Riacho, Aracruz. A intenção da ex-Aracruz Celulose é construir o Portocel II, com mais três novos quebra-mares e um novo berço de navios, o que, para a região, significará prejuízos para a economia pesqueira artesanal da região.

Além do porto da ex-Aracruz Celulose, a região abriga um porto da Petrobras e contará com um estaleiro da Jurong (que destruirá extensa área de restinga). Juntos, alertam os pescadores da região, a falta de pescados e de água, que perdura por todo o ano, será agravada.

Os planos de expansão da monocultura do eucalipto da ex-Aracruz Celulose e o aumento de produção de celulose em todo o País, que coincidem com a fusão com a Votorantim Celulose e Papel (VCP), que recebeu o nome de Fibria, somados à construção da 4ª usina da ex-Aracruz Celulose (Fibria), são encarados como uma ameaça à região.

A expectativa é que a produção de celulose chegue em 2020 a 44 milhões de toneladas em todo o País, o que representa o aumento da movimentação no porto e da exploração dos recursos naturais.

Conforme denúncias feitas há 15 anos pela Associação de Pescadores da Barra do Riacho, o porto e a indústria de celulose são responsáveis por muitos prejuízos, incluindo mais de 40 dias por ano em que os pescadores ficam impedidos de sair com seus barcos.

Isso porque a ex-Aracruz Celulose desviou a água do Rio Doce para abastecer suas três fábricas.  Portanto, quando as comportas são fechadas pela empresa, toda água que deveria ser direcionada à foz do rio Riacho fica retida, mantendo a foz assoreada e os pescadores presos em terra.

Além disso, os pescadores reclamam que, com o Portocel I, a movimentação de grandes embarcações e a degradação ambiental promovida na região afastaram o pescado, e a área permitida para a pesca também diminuiu. A praia da Conchinha também foi perdida para o empreendimento.

O quadro é ainda pior quando se sabe que a comunidade não é amparada pela empresa. Com tristeza, os pescadores afirmam que a comunidade que consegue sobreviver da atividade diminui a cada empreendimento construído na região e que, apesar das propagandas, não há projetos de inclusão da sociedade nos projetos instalados no município de Aracruz.

Apesar de os responsáveis responderem a processos na Justiça Federal, até hoje ninguém foi punido. Ficam com os prejuízos aqueles que nada têm a ver com a história, lamentam eles.

A luta dos ambientalistas capixabas contra a sangria do Rio Doce começou em 1999, quando a prefeitura de Aracruz entrou com o licenciamento ambiental para canalização da água do manancial, apenas para beneficiar a transnacional.

A agressão ambiental foi denunciada em duas Ações Civis Públicas pelo Ministério Público Federal (MPF) e Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema), que apontaram os responsáveis: o ex-prefeito de Aracruz Luiz Carlos Cacá Gonçalves e o então secretário de Estado para Assuntos do Meio Ambiente, Almir Bressan Júnior.

Na época, mesmo contra a lei, o processo de licenciamento para desviar as águas do Rio Doce para o rio Riacho foi iniciado, sem nem ao menos considerar os inúmeros impactos que uma ação desta provoca. A autorização só foi concluída no governo José Ignácio Ferreira e, anos depois, já na administração de Ademar Devens, outra licença foi concedida para aumentar o volume transposto.

Como resultado, agravaram-se as condições da foz do Rio Doce, em Regência. O rio, que já estava degradado por desmatamento e esgotamento sanitário e industrial sem tratamento, passou a ficar intermitente em épocas de seca, comprometendo todo o leito.

Somado ao impacto da ampliação ocorrida há dez anos do Portocel, controlado pela ex-Aracruz Celulose, o quadro atual é esse reclamado pelos pescadores. O assoreamento do rio Riacho tem impedido a passagem dos barcos, deixando os pescadores dias sem trabalho.

Há promessas de construção de um enrocamento e de outras ações para viabilizar a pesca, mas nenhuma, até o momento, saiu do papel.

(Por Flavia Bernardes, Século Diário, 22/05/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -