Um milhão de hectares de terras brasileiras estão em mãos estrangeiras. A estimativa é do presidente da Associação dos Produtores de Soja (Apeosoja/Brasil), Glauber Silveira, que toma posse hoje como presidente da entidade em nível nacional para um mandato de dois anos.
Segundo ele, mesmo que seja vantajoso financeiramente ao produtor que arrenda a terra, a investida estrangeira é preocupante pois ela elimina o competidor brasileiro do negócio e permite a ocupação territorial do Brasil.
Glauber Silveira disse que os produtores têm sido assediados por investidores chineses, argentinos e norte-americanos e estão perdendo a guerra na produção de soja.
"Um milhão de hectares nossos estão nas mãos de estrangeiros e de fundos internacionais. Isso é preocupánte. Não tenho dúvidas de que o Brasil será a quinta economia do mundo. O que eu não sei é se o Brasil vai ter o controle desta produção, se quem vai comandar iso seja o Brasil", admitiu durante entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, em Brasília.
Sub-imperialismo
Se a investida estrangeira é cada vez maior, o movimento dos produtores brasileiros em direção ao exterior também é cada vez mais presente. Nos próximos dias, Glauber e um grupo de produtores de soja associados devem partir para o Sudão, onde governo daquele país ofereceu nada menos do que cinco milhões de hectares de terras para que os brasileiros produzam soja e riquezas do outro lado do Atlântico.
Segundo Glauber, a alternativa de produzir fora do país tem relação direta com os elevados custos de produção no Mato Grosso. "A logística ruim, com estradas precárias, o custo do frete reduzem a produtividade e a nossa capacidade de exportar", frisou.
(MST, 20/05/2010)