A barreira de corais da Flórida, a terceira maior do mundo, poderá ficar exposta a uma grande contaminação petrolífera caso o vazamento de petróleo no Golfo do México chegue à região trazido por uma corrente oceânica, alertaram cientistas nesta terça-feira.
A possibilidade de que águas contaminadas com petróleo cheguem ao Estreito da Flórida e à reserva de corais, uma das maiores do planeta depois das da Austrália e Belize, é cada vez maior, admitiram autoridades americanas.
A proximidade da camada sul da maré negra com a Corrente do Golfo "indica que há uma crescente chance de o petróleo entrar na corrente, se já não entrou", disse a diretora da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, da sigla em inglês), Jane Lubchenco.
Se isso ocorrer, a Corrente do Golfo poderá trazer as manchas de petróleo "para o estreito da Flórida em 8 ou 10 dias", completou a funcionária.
Nesta terça-feira, manchas de piche apareceram em diversas praias da costa da Flórida e inclusive no mítico Key West e em setores onde há tartarugas marinhas, informou a Guarda Costeira americana.
Na véspera, Villy Kourafalou, especialista em circulação oceânica da Escola Rosentiel de Ciências Marinhas e Atmosféricas da Universidade de Miami (UM), revelou que em um dos redemoinhos que se movem na frente da Corrente do Golfo "aparece entrando petróleo" nesse sistema do Atlântico
A pesquisadora advertiu que, "segundo imagens de satélites do centro de observação remota (CSTARS) da Universidade de Miami" é altamente possível que o petróleo entre na Corrente do Golfo e em poucos dias chegue ao sul da península da Flórida.
A corrente percorre a região do Golfo do México, desce até o extremo da península da Flórida e vira para a costa leste dos Estados Unidos, passando por Key West, por uma longa cadeia de ilhas e pela reserva de corais.
Os corais sofrerão graves danos caso sejam atingidos pelos tóxicos derivados do petróleo e dos dispersantes químicos que estão sendo empregados para combater a expansão do vazamento, dizem especialistas.
A Flórida é considerada um dos maiores destinos turísticos do mundo com um total de 80 milhões de visitantes em 2009, que deixaram lucros anuais ao estado de mais de 60 bilhões de dólares.
(AFP, 18/05/2010)