Famosas por passar de mão em mão, as garrafas PET já foram símbolo de uma sociedade do desperdício. Com a evolução da coleta seletiva e da reciclagem do polímero termoplástico conhecido como PET, a situação mudou.
O que era lixo passou a ser matéria-prima desejada pela indústria para a fabricação de diferentes produtos. De caixas d’água a camisetas, as garrafas PET podem se transformar até mesmo na rede das goleiras nos estádios de futebol.
Resultado de mais de 15 anos de estudos realizados pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), a demanda das novas aplicações do resíduo cresce todos os dias. Indústrias, fornecedores de matéria-prima e designers multiplicam a aplicação do produto em lugares quase impensados.
Nos holofotes, com a chegada da Copa do Mundo da África, os templos do futebol também podem ter parte de sua estrutura feita a partir de material reciclado. A proposta de um estádio que tem PET em suas dependências, incluindo o uniforme e as chuteiras dos jogadores, se une à ideia de completar o ciclo de vida de um produto.
– O plástico representou um avanço para a sociedade, mas é vital pensar na sua reutilização – conta Auri Marçon, presidente da Abipet.
A pioneira nessa área é a indústria têxtil, que hoje responde pelo reuso de 38% de todas as garrafas que passam por um processo mecânico de reciclagem. A camiseta dos jogadores da Seleção Brasileira, por exemplo, será feita a partir das garrafinhas. Materiais que enchem cobertores, casacos e ursos de pelúcia também têm a mesma origem.
O segundo no ranking de reciclagem de PET é o setor de resinas que se transformam em piscinas, caixas d’água e bancos de ônibus ou de um estádio de futebol. As clássicas bandejas de isopor que guardam frutas, verduras ou ovos devem ser o próximo passo, além da inserção das embalagens reutilizadas na indústria dos cosmésticos.
(Zero Hora, 17/05/2010)