Nas próximas semanas, Marcelino Ramos pode voltar a ter um equipamento para monitoramento sismológico. A decisão foi tomada durante encontro entre representantes da empresa Tractebel, que gerencia a usina de Itá, prefeitura e Ministério Público.
Foi parar na Justiça a preocupação com os tremores que têm assustado os moradores de Marcelino Ramos, no norte do Estado. Depois que dezenas de pessoas relataram ter escutado estrondos, principalmente durante à noite, o caso tomou às ruas.
Nos últimos dias, a polêmica ganhou espaço na tribuna do legislativo local. Os vereadores queriam saber o motivo pelo qual os barulhos que ocorreram há 10 anos, na época de construção da barragem da usina, voltaram a preocupar. Ontem, na reunião no Ministério Público, ficou acertado que a cidade voltará a ter um equipamento para monitoramento sismológico.
– Este aparelho existia aqui até 2002. Como naquela época não se teve registro de nada, ele foi transferido para Itá. Mas nos próximos dias, a cidade receberá de volta o equipamento – avisa Ayr Loss, secretário de Turismo.
Atualmente, outros aparelhos sismológicos acompanham esses movimentos geológicos na região da usina. Durante o encontro, os representantes da empresa que comanda Itá reafirmaram que os barulhos escutados pelos moradores da cidade são pequenas acomodações das camadas geológicas, e não oferecem riscos à população.
Sono interrompido
Os barulhos que acordam os moradores da cidade começaram há 10 anos quando teve início a construção do lago da barragem de Itá, erguida no leito do Rio Uruguai, na divisa com Santa Catarina. Passado uma década do fato, a cidade voltou a conviver com os estrondos noturnos.
(Por LEANDRO BELLES, Zero Hora, 14/05/2010)