Sempre vista como “caixa de água” pelo setor de energia elétrica, Minas Gerais tem agora mais um motivo para ocupar um papel de destaque no cenário energético do país. O estado acaba de entrar na rota dos ventos, com o lançamento na sexta-feira, dia 7 de maio, de seu atlas eólico, que faz um mapeamento do potencial do estado. A marca é significativa: 40 GW, a uma altura de 100 metros do solo.
Segundo o estudo, a região norte de Minas, ao longo da Serra do Espinhaço, tem o maior potencial, seguido do Triângulo Mineiro. Elaborado pela Cemig, o atlas considerou informações sobre topografia, vegetação, pressão atmosférica, temperatura, umidade do ar e medição dos ventos. Desenvolvido pela consultoria Camargo Schubert, do Sul do país, o Atlas teve um custo de R$ 2 milhões. “O atlas mostra que Minas tem a possibilidade de explorar um potencial 3,5 vezes maior que a capacidade de Belo Monte e 2,7 maior que a capacidade de Itaipu”, comentou o governador Antonio Anastasia, acrescentando que o governo vai buscar parcerias para explorar este potencial.
O objetivo é fazer com que o atlas oriente os empreendedores e investidores interessados em energia eólica. Segundo informação da Agência Minas, a Cemig está fazendo estudos, em parceria com a EDP Brasil, para instalar um parque eólico em Minas Gerais. “A Cemig entra com 49%, o setor privado com 51%, e aí podem explorar no Triângulo, no Norte, no Jequitinhonha, onde existe essa potencialidade. Então, estamos demonstrando que a energia existe, que a energia é limpa, e que, do ponto de vista econômico, ela é viável”, explicou o governador.
A Cemig foi a primeira empresa brasileira a operar usinas eólicas, com a construção da Usina Morro do Camelinho, na cidade mineira de Gouveia, em 1994. Essa usina também foi a primeira a fornecer energia eólica para o sistema elétrico nacional. Tem quatro geradores com 250 kW de potência em cada e, atualmente, funciona parcialmente com três máquinas.
Em 2009, a Cemig, em parceria com a empresa Impsa, líder latino-americana em energias renováveis, investiu na aquisição de três parques eólicos no Ceará com capacidade instalada de 99,6 MW. Em agosto, foi inaugurado o primeiro deles – o Parque Eólico de Praias de Parajuru, com extensão de 325 hectares e 19 aerogeradores, totalizando 28,5 MW.
A energia eólica é a que mais cresce no mundo, com uma taxa anual de evolução próxima a 30% nos últimos 10 anos. No Brasil, em 2009, a capacidade de geração de energia eólica cresceu 77,7% em relação ao ano anterior. Com isso, o país passou a ter capacidade instalada de 660 MW contra os 400 MW de 2008.
Os dados do Conselho Global de Energia Eólica (Global Wind Energy Council – GWEC) mostram que a energia eólica brasileira cresceu mais do que o dobro da média mundial em 2009, que registrou aumento de 31%. Apesar do crescimento da energia eólica no Brasil em 2009, segundo a EPE, a participação dessa fonte na matriz elétrica do país foi de apenas 0,2% do total de energia gerada no país no ano passado.
(Agência Ambiente Energia, com informações da Agência Minas, 13/05/2010)