Senadores americanos apresentaram nesta quarta-feira (12) projeto de lei para a redução de emissões de carbono no país.
O projeto, de 1.000 páginas, prevê até 2020 um corte nas emissões para níveis 17% menores que os de 2005. O texto também prevê o estabelecimento de preços para emissões: grandes poluidores, como indústrias que utilizam carvão, teriam que pagar para continuar poluindo.
O projeto controverso é liderado pelos senadores John Kerry (democrata), Joseph Lieberman (independente) e Lindsey Graham (republicano). O acidente no golfo do México, porém, acirrou ainda mais os ânimos.
Graham disse que, em vista do desastre no golfo, o momento não é o melhor para levar o projeto ao Congresso. Kerry e Lieberman pensam justamente o contrário.
A reforma proposta busca conciliar diversos interesses. O objetivo de longo prazo é transferir empregos e recursos da economia baseada no carbono para uma economia menos dependente desse recurso.
A proposta permite que Estados vetem a prospecção de petróleo dentro de um raio de 121 km de suas costas. Ao mesmo tempo, permite que esses Estados obtenham 37,5% das receitas federais originárias da atividade (hoje, royalties de petróleo vão direto para o Tesouro, sem passar pelos Estados).
Empresas de energia com baixo uso de carbono (nuclear, gás natural, eólica, solar) mostram grande interesse na aprovação do projeto e têm feito lobby no Congresso americano. Mas os diferentes interesses ameaçados pela legislação podem travar a votação.
O apoio do presidente Barack Obama é fundamental. O presidente mostrou-se positivo e disposto a aprovar o projeto ainda neste ano. "Por muito tempo, Washington empurrou esse desafio para as próximas gerações. Agora o status quo não é mais aceitável para os americanos", disse.
(Folha Online, com agências internacionais, 12/05/2010)