Como o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) tenta resolver os problemas de lixo da região e como moradores podem ajudar o órgão a contornar essas questões. A edição do Café ZH, realizada na quinta-feira passada no Lápis Café do Shopping Total, permitiu colocar representantes do DMLU e população frente a frente para debater assuntos como coleta seletiva e focos de lixo. O diretor-geral do departamento, Mário Moncks (na foto, de paletó), e o supervisor de operações, Adelino Lopes Neto (na foto, de camisa verde), responderam a perguntas de moradores e expuseram a importância de separar lixo seco do lixo orgânico.
Moncks e Neto chegaram por volta das 16h. Em pouco tempo, a moradora da Rua Santo Antônio Ermelinda Costa, 81 anos, aproximou-se e relatou que na esquina das ruas Gonçalo de Carvalho e Santo Antônio há problema de lixo acumulado.
– Temos listados mais de 300 focos de lixo em Porto Alegre. Mais um problema que depende também da conscientização das pessoas. Quando alguém deixa lixo em hora inadequada em um local e aquele resíduo fica por mais de 24 horas, outra pessoa acha que pode deixar também – relata Moncks, ao descrever como se formam alguns pontos de acúmulo.
Em certos casos, complementa, problemas sociais também interferem no trabalho do DMLU, como moradores de rua e catadores de papel. A aposentada Marly Berta Horn, 75 anos, lembrou que, após o fechamento da Policlínica Central, localizada na Rua Santo Antônio entre as avenidas Farrapos e Cristóvão Colombo, sem-teto têm ocupado a frente do local e causado acúmulo de sujeira.
– Sabemos desse problema. Ali, é preciso um trabalho conjunto do DMLU com Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania), Smam (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) e até mesmo Brigada Militar. Há lugares em que o DMLU não consegue atuar sem ajuda da Brigada. Mas estamos planejando uma força-tarefa nesses locais onde há moradores de rua.
A limpeza de focos de lixo chega a 300 toneladas por dia. Com isso, segundo Moncks e Neto, são gastos R$ 500 mil por mês.
– São R$ 6 milhões por ano que poderiam ser gastos em outras coisas, como segurança – diz Moncks.
Parte desse acúmulo está na região próxima ao hostel que Carlos Augusto Silveira Alves, 55 anos, presidente da Federação Brasileira de Albergues da Juventude, pretende inaugurar em setembro, em um casarão na esquina das ruas Gaspar Martins e São Carlos. Ele esteve no Café ZH para expor o caso ao DMLU e o diretor-geral do órgão se comprometeu a listar o local como mais um a ser limpo diariamente. Alves disse que, em reuniões da Associação Cristóvão Colombo, moradores da região também relatam o problema.
– Me avisa quando tiverem reuniões, que eu quero ir. Assim, poderei dar umas dicas sobre como a nossa comunidade pode ajudar a evitar os focos de lixo e diminuir o acúmulo – pediu o supervisor de operações do departamento, que é morador do Floresta.
Como ajudar o DMLU
Coloque o lixo nos dias e turnos indicados para seu bairro. Para consulta, acesse www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu ou ligue para 156
Denuncie quem coloca fora dos horários
Não dê lixo para carroceiros e papeleiros nem para quem você não sabe o que fará com os resíduos
Em prédios com contêineres em espaços reservados para lixo seco, o zelador ou síndico pode ligar para o 3289-6923 ou escrever para coletaseletiva@dmlu.prefpoa.com.br e se cadastrar para a coleta seletiva. No dia e turno do bairro, funcionários chamam o zelador para o recolhimento do lixo seco
Dicas de separação de lixo
Que tipo de lixo deve ser separado para a coleta seletiva?
Papéis (sem gordura), isopor, plásticos, metais, vidros, embalagens longa vida. Não é indicado lavar o lixo, para não desperdiçar água
Que tipo de lixo deve ser separado para a coleta domiciliar?
Restos de frutas e legumes, sobras de comida, papel higiênico e fraldas descartáveis usados, guardanapo e toalha de papel sujos, plantas, varrição, pó de café e erva-mate
(Zero Hora, 13/05/2010)