O presidente da Stora Enso no Brasil, Nils Grafström, disse hoje que o projeto da companhia para o Brasil continua sendo a expansão da Veracel, na Bahia, joint venture com a Fibria. Apesar de terem postergado os planos de ampliar a produção de papel no mercado brasileiro, Grafström afirmou que o projeto de expansão não foi cancelado. O presidente da Stora Enso participou hoje da primeira edição do Laboratório de Aprendizagem em Inovação Brasil-Suécia.
Segundo Grafström, a companhia acreditava que seria difícil entrar no mercado brasileiro sozinha, sem a ajuda de uma empresa local e, por isso, fez uma parceria com a Fibria. Essa joint venture teve um custo para a Stora Enso de US$ 1,5 bilhão. "O conhecimento do Brasil de como operar uma fábrica é tão avançado como nos países nórdicos. O que transferimos para cá foi a sustentabilidade, e hoje o Brasil alcançou o mesmo nível de sustentabilidade que existe em vários países", afirmou.
O presidente da Stora Enso não quis comentar sobre o preço e o mercado da celulose, nem aqui nem nos países nórdicos. Também não falou sobre as expectativas da companhia. "Não falo sobre mercado e expectativas. Isso pode atrapalhar as ações da minha companhia", disse Grafström.
O Brasil é pioneiro na produção de eucalipto e as empresas ainda não são globalizadas, de acordo com Grafström. É por isso que, talvez, o Brasil e a Suécia possam atuar no exterior desenvolvendo eucalipto geneticamente modificado, explicou o presidente da companhia sueca.
Entretanto, apesar do executivo acreditar que o Brasil se tornou um país atrativo para se investir, ainda avalia que deve ser criado um ambiente de negócios adequado. "O sistema fiscal brasileiro e a infraestrutura são horríveis. Isso deve ser melhorado para que a indústria consiga crescer no Brasil", disse.
(Por Patrícia Lucena, Agência Leia, 13/05/2010)