Material depositado desde setembro do ano passado na avenida pode prejudicar moradores próximos ao terreno
O material que antes protegia os moradores de Itaara é motivo de preocupação na comunidade e pode prejudicar o meio ambiente. Restos de telhas e escombros que foram resultado do temporal de granizo que atingiu Itaara no dia 7 de setembro do ano passado continuam espalhados às margens da Avenida Guilherme Kurtz.
Uma grande quantidade de pedaços de telhas pode estar fazendo mal à saúde dos moradores. Algumas foram fabricadas há bastante tempo, quando era produzido com amianto, material que pode, inclusive, causar câncer e outras doenças, segundo especialistas.
Os moradores da avenida, próxima a BR-158, acordam todos os dias com uma vista nada agradável. Todos os destroços do temporal foram depositados no local pela prefeitura de Itaara, bem em frente a diversas residências. Muitos moradores reclmam de que outras pessoas chegam a depositar lixo junto aos escombros. “Isso está uma novela. Fui inúmeras vezes falar com o prefeito. Já vai fazer um ano e não tem proposta concreta da prefeitura”, diz o morador Kid Solano Stock.
Segundo sua família, a situação já esteve pior. Quando máquinas trabalhavam na avenida, faziam poeira com os cascalhos e agravava a alergia dos dois filhos do casal Luciane e Kid. Ela conta que já chegou a enviar ofícios solicitando providências para a administração municipal.
Além do perigo à saúde, o mau cheiro também incomoda. O lixo amontoado no local tem atraído bichos e causado perigo à comunidade. “Ratos a gente vê toda hora. Esses dias uma cobra picou um gato e ele morreu logo em seguida. Imagina se pega uma criança”, diz Stock.
Na casa vizinha a do casal, os pedreiros Roberto Dias e Luciano Almeida dos Santos também reclamam da irresponsabilidade com a população. “Na época de campanha eleitoral eles prometem um monte de coisas e depois não fazem nada”, diz Santos. Dias fala que está cansado de promessas e que é impossível a prefeitura não ter um local melhor para colocar os destroços. “Já ta na hora de tirar esse lixo daqui”, desabafa Dias.
Solução pode estar próxima – Segundo o prefeito de Itaara, Cândido Moraes, já foram tomadas medidas para a remoção do material. O projeto ficou pronto e segundo Moraes, o município trocou a área em que vão ser depositados os resíduos por cerca de R$ 6 mil em horas-máquinas da prefeitura. O custo é de R$ 210 os 60 minutos. “Se o tempo deixar, ainda essa semana começamos a escavar o buraco”, diz o prefeito.
A medida é provisória, segundo ele, que pretende armazenar o material por cerca de dois anos até mandá-lo para uma usina de reciclagem. “O valor para remover é muito alto e não tivemos como fazer”, diz. Tão logo a situação esteja regularizada, ainda levará cerca de dois meses até que todo o terreno seja limpo.
(A Razão, 12/05/2010)