Elas alteram o cenário das vias públicas da cidade. Embelezam e, por vezes, denunciam as estações do ano: tanto pela cor que se altera, como pelas flores ou folhas, que caem ao chão.
As árvores podem, ainda, trazer transtornos para transeuntes e motoristas. Por isso, tornam-se foco de discussões entre moradores de várias localidades. A poda de galhos na avenida José do Patrocínio, no bairro São Judas, por exemplo, gerou contestações acerca de quais os critérios para o ato. A reclamação revela a diversidade de opiniões de quem reside próximo ao local.
O engenheiro agrônomo José Rodrigues, 65 anos, observou que o procedimento foi realizado de maneira inadequada. Uma vez que há plantas que permaneceram com poucos galhos. Além disso, ela afirma não haver motivo para descontentamento, por parte dos vizinhos, com as árvores, já que são belas e não causam qualquer transtorno. “Há, em vários pontos da cidade, equipes podando árvores sem qualquer sentido”, enfatizou. Por sua vez, o policial militar Assunção Peres Conde, 62 anos, acredita que a limpeza garante vida às plantas. Assim como beneficia a visibilidade de quem passa pela avenida. “De carro, é difícil enxergar à noite”, justificou.
Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente Alexandre Mello, a iniciativa busca atribuir vitalidade às espécies. A técnica busca, ainda, desobstruir os caminhos, já que a via possui tráfego intenso de veículos que podem ser prejudicados pela quantidade de galhos. “Também buscamos manter um bom visual da zona urbana, com árvores em equilíbrio”, enalteceu.
O corte independe da demanda comunitária. É realizado por uma equipe da Secretaria de Atividades Urbanas, mas orientado pela Secretaria do Meio Ambiente. Técnicos acompanham todo processo, que prevê um diagnóstico do estado vital da espécie. “É uma rotina, não paramos nunca, mas o serviço se intensifica entre os meses de maio e agosto, quando as árvores respondem melhor a poda”, explica o secretário.
A reposição de espécies é outra preocupação da equipe. A partir de maio, três mil mudas de árvores serão plantadas na zona urbana. Só o Parque do Gaúcho receberá mil mudas. Até setembro, quando será promovida a semana da primavera, o governo pretende anunciar o Plano Diretor de Arborização. Para isso, um levantamento busca quantificar e definir as árvores existentes em Bagé. “Não avançamos muito, concluímos o trabalho nas praças públicas: acontece que a manutenção de ruas e avenidas consome muito tempo”, ponderou.
(Jornal Minuano, 11/05/2010)