Artigo publicado no jornal francês Le Monde põe em dúvida a capacidade de Dilma Rousseff (PT) em dar continuidade à redução do desmatamento da Floresta Amazônica, caso seja eleita presidente da República.
Em matéria publicada na última sexta-feira (7), é apresentado o último levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que, segundo o diário francês, “testemunha uma redução sem precedentes do desmatamento” da Amazônia.
De acordo com os últimos dados do INPE, divulgados no final de abril, a área desmatada em toda a Amazônia Legal, entre agosto de 2008 e julho de 2009, foi 42% menor em relação ao mesmo período de 2007-2008.
O jornal ressalta ainda a iniciativa do presidente Lula em realizar o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil. O programa, lançado na última quinta-feira (6), é tido como um exemplo da vontade do Brasil em proteger o meio ambiente.
Apesar da iniciativa do governo federal do qual Dilma fez parte, a capacidade da pré-candidata em tocar projetos ambientais é vista com receio. “O que acontecerá após a saída de Lula cujo mandato se acaba no fim do ano?”, pondera o jornal para em seguida acrescentar: “Dilma Rousseff encarna mais uma figura da ‘velha esquerda’ do que alguém convertido à ecologia”.
Já o pré-candidato José Serra (PSDB), tido pelo Le Monde como favorito nas próximas eleições, é considerado “discreto” em sua atuação em defesa do meio ambiente.
“O favorito à eleição, José Serra, é até o momento bastante discreto sobre o tema. Governador do Estado de São Paulo, ele, no entanto, está engajado com o Greenpeace a impedir a compra de madeira ilegal pelos órgãos públicos e decretou seu Estado amigo da Amazônia”, diz trecho do artigo. A pré-candidata pelo Partido Verde (PV), Marina Silva, não é citada na matéria.
Segundo o Executivo, o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil terá investimento de R$ 38 milhões e ficará sob a coordenação da Casa Civil e dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento Agrário, de Minas e Energia e do Meio Ambiente.
Com a bandeira da sustentabilidade, o projeto estabelece, entre outros pontos, que a produção fique restrita às áreas desmatadas no passado. “Boto a mudinha lá, jogo uma uréia e ainda recebo salário. Até eu vou querer plantar palma”, disse Lula no lançamento.
(OngCea, 10/05/2010)