O governo do Equador denunciou nesta segunda-feira que setores indígenas pretendem derrubá-lo com o apoio de partidos da oposição, como uma forma de protestar contra um projeto de lei que regula o manejo da água.
O vice-ministro da Secretaria dos Povos Indígenas, Orlando Pérez, afirmou que declarações do líder da principal organização indígena do país, Marlon Santi, "já não ocultam o verdadeiro propósito desse movimento, desse fenômeno político, que é derrubar o governo".
"Eles querem derrubar Rafael Correa porque não estão de acordo com ele, porque (o presidente) não lhes deu tudo o que pediram", afirmou o subsecretário à rádio Sonorama.
Pérez declarou que para isso os nativos contam com o apoio de partidos opositores de direita como o Prian e o Sociedade Patriótica, este último liderado pelo ex-presidente Lucio Gutiérrez, deposto por uma revolta popular em 2005 e que não reconheceu a reeleição de Correa em abril de 2009.
"Há uma estratégia de poder implantada e apoiada por alguns setores que dão dinheiro, como o Sociedade Patriótica, o Prian", disse o funcionário, afirmando que os nativos "querem governar o país e derrubar o presidente".
Santi, titular da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), negou nesta segunda-feira que o protesto contra a iniciativa oficial, apontada como privatizante, busque derrubar o governo socialista e pediu que as exigências de seu movimento sejam consideradas no texto discutido no Congresso.
(Terra, 10/05/2010)