Cerca de 3,5 milhões de galões de petróleo já foram derramados no oceano desde o dia 20 de abril até este domingo, quando uma plataforma da empresa britânica BP explodiu no golfo do México. Este ritmo ultrapassa o total derramado no desastre do Exxon Valdez. Até então todos os esforços para tapar o buraco falharam. Uma quantidade crescente de equipamentos quebrados se espalharam pelo chão do oceano nas proximidades do local do vazamento.
Um dia depois que cristais de gelo entupiram uma câmara de três andares de altura que os trabalhadores tinham abaixado em direção ao buraco principal, tripulações utilizam submarinos com controle remoto para puxar a estrutura especialmente construída e preparam outros métodos para interromper o fluxo. Uma das técnicas seria usar um tubo para atirar lama e concreto diretamente no poço, um processo que poderia levar de duas a três semanas.
Estrutura menor
A BP informou que está estudando a possibilidade de instalação de um estrutura menor sobre o poço, depois do fracasso da tentativa com uma caixa de mais de 100 toneladas.
A companhia anunciou ontem que a enorme estrutura de cimento e aço de mais de 12 metros de altura não tinha conseguido bombear o petróleo para um navio na superfície depois de armazená-lo em seu interior, devido à formação de cristais de gelo na região superior da caixa. A BP confiava em que a estrutura recolheria até 85% do petróleo que vaza no momento nas águas do Golfo do México.
Doug Suttles, diretor-geral de operações da BP, disse hoje que a empresa considera agora instalar uma estrutura menor sobre o poço de petróleo, a cerca de 1.600 metros de profundidade. A empresa acredita que a nova estrutura seria menos vulnerável, já que conteria menos água. A BP advertiu que o principal risco era de que a água que entra na estrutura se congelasse e tapasse o duto de saída devido às baixas temperaturas em tamanha profundidade.
Prejuízos
Ondas em tons de marrom e preto de lodo colidiram com um barco na área acima do vazamento neste domingo. A fumaça era tão intensa que um tripulante do navio de apoio, Joe Griffin, e um fotógrafo que estava a bordo, tiveram que usar máscaras enquanto estavam no convés.
Um bando de garças aterrissou no navio, com manchas da cor marrom nos rostos e ao longo dos peitos, asas e caudas. Enquanto isso, as gotas grossas de sujeira se espalharam pelas praias de areia branca do Alabama, outro sinal de que o derramamento foi se espalhando.
(Folha Online, com agências internacionais, 10/05/2010)