A primeira tentativa de colocar uma câmara de aço e cimento sobre o poço submarino de petróleo para cessar o vazamento de óleo no Golfo do México não funcionou, devido à formação de cristais de gelo que taparam a cúpula da estrutura, informou hoje a British Petroleum (BP).
"Não podemos dizer que fracassamos [com a caixa], mas posso dizer que as tentativas que desenvolvemos até agora não funcionaram', disse, em entrevista coletiva, o diretor de operações da BP, Doug Suttles.
A plataforma, que pertence à empresa suíça Transocean e estava sendo operada pela BP, explodiu no dia 20 de abril e afundou na quinta-feira seguinte, depois de ficar dois dias em chamas. A explosão matou 11 trabalhadores da plataforma, e provocou o derramamento de até 3 milhões de galões de petróleo bruto no golfo. O vazamento de petróleo ameaça a costa dos EUA.
A instalação da caixa, de cem toneladas e altura de um prédio de três andares, é uma das grandes esperanças para canalizar o vazamento de óleo do poço, que derrama a cada dia no mar cerca de 800 mil litros de petróleo.
A caixa conta com uma cúpula na parte superior, de onde sai um encanamento por meio do qual o petróleo seria bombeado para um navio na superfície, com capacidade de armazenar até 128 mil barris (20,4 milhões de litros).
Ontem à noite, após uma longa operação, foi possível posicionar a caixa sobre o poço de petróleo, a 1,5 km de profundidade, mas foi preciso retirá-la da posição depois que foi detectado que, devido às baixas temperaturas, estavam se formando cristais de gelo que tapavam a cúpula.
"Movemos [a caixa] para o lado enquanto decidimos como solucionar este inconveniente que surgiu", disse o diretor da BP, que lembrou que a instalação da estrutura era uma iniciativa que nunca tinha sido realizada em tamanha profundidade.
Em paralelo, a BP está avançando na perfuração de um poço alternativo, perto do que está vazando, que serviria para injetar um líquido mais pesado que o petróleo que atuaria como uma espécie de tampão e impediria que o óleo continuasse saindo.
(Efe, Folha Online, 08/05/2010)