Os fumantes não têm mais motivos para jogar a bituca do cigarro consumido na calçada e na sarjeta em frente a um bar na rua Luiz de Queiroz. Preocupado com a sujeira provocada pelos restos do cigarro, o proprietário do local descobriu um recipiente apropriado para receber esse lixo em Indaiatuba e imediatamente adquiriu o produto pela Internet.
O empresário Edson Favarin disse que a praticidade do suporte e o benefício foram determinantes para a instalação da bituqueira nos dois lados da calçada onde ficam as mesas do bar Maravilhoso.
"Dois dias depois que fiz a encomenda do produto, a Gazeta publicou uma notícia sobre a poluição gerada pelas bitucas. A intenção era para manter a calçada mais limpa, mas depois da reportagem, compreendi que a poluição é mais grave. Agora, incentivo outros estabelecimentos a instalar o produto ou algo semelhante. Temos que contribuir com o meio ambiente", comentou.
A reportagem da Gazeta mostrou o estudo de um grupo de alunos do curso de Gestão ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros (Esalq/USP) sobre a poluição tóxica da bituca. A ponta do cigarro demora anos para se decompor e o problema é que ela contém produtos tóxicos e até radioativo, como o arsênio, níquel, benzopireno, acetona, naftalina e o fósforo P4/P6.
Esse material que é jogado na sarjeta, acaba indo para córregos e rios, contaminando a água e os seres que vivem nela. A reciclagem já é feita, mas pouca quantidade desse material é recuperado.
O problema não ocorre somente na região dos bares e restaurantes, que por força da lei antifumo, não pode permitir que o fumante acenda o cigarro no interior do estabelecimento. "Acredito que qualquer lugar, escolas, universidades, hospitais e lojas do comércio precisam ter um local para que os fumantes joguem a bituca", comentou Favarin.
Manter a cidade limpa
A fumante Lurdes aprovou a iniciativa do bar. "Com a lei antifumo fomos obrigados a fumar na rua. Eu tenho o costume de utilizar a lata de cerveja vazia como cinzeiro, porque não gosto de jogar nenhum tipo de lixo nas ruas, mas muita gente joga a bituca nas calçadas ou sarjetas porque não tem outra opção", afirmou.
Para o fumante Antonio Carlos, essa iniciativa do bar evita constrangimentos e mantém a cidade limpa. "Nós fumantes já somos tão discriminados que uma ideia simples como essa vem como um sinal de respeito. Não só os bares devem ter esse equipamento, qualquer estabelecimento comercial deveria contar com uma bituqueira na calçada".
Ele contou que procura jogar a bituca em latas vazias de bebidas, em maços velhos, mas reconheceu que sem essas alternativas, a ponta vai mesmo para o chão.
A bituqueira é móvel e em formato de cone. Também tem um sistema fácil de limpeza.
(Por Adriana Ferezim, Gazeta de Piracicaba, 08/05/2010)