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seca e estiagem
2010-05-05 | Tatianaf

Cuba começa a sentir o impacto da seca que se estende pela região caribenha e, diante da possibilidade de que se prolongue no tempo, as autoridades aumentaram os pedidos de economia de água no consumo doméstico e no setor estatal. “Não sei mais como economizar, porque em meu prédio está chegando bem menos água do que antes, a ponto de ligarmos o motor que permite o bombeamento até os apartamentos apenas uma vez por dia”, disse à IPS Ana Martinez, moradora em Havana.

Na central cidade de Santa Clara, Rubén Torres espera que as chuvas de maio beneficiem suas plantações. Pelas terras deste agricultor passa um pequeno riacho que abastece o reservatório que usa para irrigar e dar de beber aos animais. Mas o nível da corrente fluvial baixou muito nos últimos tempos, disse à IPS. Um informe oficial reconheceu, em meados de abril, que amplas áreas do arquipélago cubano sofrem o impacto de uma seca que começou em novembro de 2008 e se intensificou a partir de 2009.

A falta de chuva “causou considerável redução no volume das represas e repercute de forma negativa na disponibilidade das águas subterrâneas, afetando o fornecimento para mais de 500 mil pessoas”, diz um relatório do Estado Maior Nacional da Defesa Civil, autoridade encarregada das medidas de prevenção nestes casos. Por sua vez, o Centro do Clima do Instituto de Meteorologia, especificou que o balanço do acúmulo de chuvas no período entre abril de 2009 e março deste ano “indica claramente a magnitude do evento de seca apontado, o qual afeta nesta escala temporal 68% do território nacional, com déficit de débeis a extremos” nas precipitações.

Segundo a entidade, em 23% da ilha há déficit de chuvas qualificado de débil, em 33% de moderado a severo e em 12% de extremo. A situação afeta fundamentalmente as províncias orientais de Las Tunas, Holguín, Granma e Santiago de Cuba. Após considerar que “o acumulado das chuvas nos meses mais recentes não foram suficientes para acabar com este nocivo processo de seca”, o Centro do Clima recomendou manter maior atenção sobre o atual comportamento das chuvas.

A falta de chuva fez com que, no final de abril, muitas represas estivessem com menos da metade de seu nível normal. Segundo especialistas, as chuvas registradas nas últimas semanas são insuficientes para encher esses reservatórios construídos há décadas para garantir o fornecimento mesmo em épocas de seca. O período chuvoso vai de maio a outubro, mas, devido às características geográficas de Cuba, o que realmente completa essa armazenagem são os ciclones tropicais, que trazem precipitações habitualmente intensas, embora também cheguem associados a inundações e ventos que em sua passagem deixam uma esteira de destruição.

Esta ilha sofreu em 2004 e 2005 uma seca que prejudicou diretamente dois milhões de pessoas e mais de 900 assentamentos, enquanto 2009 ficou registrado como o quarto ano menos chuvoso nos últimos 109, segundo fontes oficiais. Embora o atual período de seca seja de cuidado, não alcança a gravidade do registrado nesses anos que, segundo estimativas oficiais, causou ao país perdas em torno de US$ 1,2 bilhão e obrigou ao abastecimento em caminhões-pipa para cerca de 2,6 milhões de pessoas. As províncias majoritariamente impactadas por aquela situação foram Camaguey, Las Tunas e Holguín.

Especialistas do Centro do Clima alertam que, embora a seca seja um evento meteorológico que faz parte da variabilidade natural do clima em Cuba, as investigações demonstram que nos últimos 40 anos aumentou sua frequência e intensidade. O governo destina fortes investimentos à modernização de redes de água potável, cuja deterioração costuma impedir que esse serviço chegue aos domicílios, bem como a um projeto de grande envergadura em pelo menos nove províncias, para transposição do recurso através de represas, canais, condutores e túneis.

Este programa, considerado estratégico, busca aproveitar as chuvas e os rios das zonas montanhosas do oriente e centro do país, enfrentar os efeitos da seca e atender necessidades da população e dos sistemas de irrigação que assim multiplicariam a produção agropecuária. Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) alertam que, com a mudança climática, o acesso à água pode se tornar um desafio maior do que a posse de terras para a agricultura, que responde por 70% das extrações de água doce do mundo.

(Por Patrícia Grogg, IPS, Envolverde, 5/5/2010)


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