O desmatamento da Amazônia voltou a subir, de acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente e da Amazônia (Imazon). Em março, a floresta perdeu 76 quilômetros quadrados (km²) de vegetação, aumento de 35% em relação ao mesmo mês de 2009.
Os números são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), monitoramento feito pela organização não governamental (ONG) paralelamente às estimativas oficiais, calculadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmate acumulado entre agosto de 2009 e março de 2010 (oito primeiros meses do calendário oficial do desmatamento) já chega a 1 mil km², ante 806 km² do período anterior – aumento de 24%.
Segundo o Imazon, em março, o Pará foi o estado que mais registrou novos desmatamentos, com 34 km² a menos de florestas no período (45% do total). Em Mato Grosso, os satélites registraram 30 km² de derrubadas e em Rondônia, 5 km². Roraima, Acre, Amazonas e Amapá tiveram desmates iguais ou menores a 3 km² no período. Por causa da cobertura de nuvens, os satélites só conseguiram observar 37% da Amazônia Legal em março.
A ONG também calcula as emissões de carbono lançadas na atmosfera pelo desmatamento medido no período. Os 76 km² derrubados em março na Amazônia Legal equivalem a 4,7 milhões de toneladas de CO2 (gás carbônico) equivalente – principal gás de efeito estufa.
De acordo com o Imazon, houve aumento das emissões de carbono em proporção maior que o aumento do desmatamento. O dado revela que áreas mais densas da Amazônia estão sendo derrubadas, já que o volume de emissões está diretamente relacionado à quantidade de biomassa e ao carbono estocado nas florestas.
Além do corte raso (desmatamento completo), o Imazon monitora as florestas degradadas – que sofreram intensa exploração, mas não foram completamente desmatadas. Em março, o SAD registrou 220 km² de novas áreas nessa situação.
O Inpe, responsável pelas estimativas oficiais de desmatamento, ainda não divulgou os dados de março do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter).
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 04/05/2010)