A malária e sua relação com as mudanças no clima na região Amazônica foram alguns dos principais assuntos do 2º Workshop do Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), realizado no dia 28 de abril no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). O evento, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manaus (AM), debateu as pesquisas feitas pelo projeto que envolve várias áreas do conhecimento científico.
Na palestra sobre insetos como vetores de doenças tropicais, o pesquisador e vice-diretor do Inpa, Walnderi Tadei, disse que a região Amazônica é sensível as mudanças do clima. "Se tivermos um aquecimento na região amazônica, há uma aceleração do metabolismo dos insetos e eles se desenvolverão mais rápido. Se analisarmos o caso do mosquito da malária, haverá um aumento na transmissão da doença", afirmou.
Ainda segundo Tadei, a regra vale também para o mosquito da dengue e o mosquito comum, conhecido na região amazônica como carapanã. Para ele, as pesquisas servem para se analisar as condições do ambiente e assim prevenir possíveis epidemias. "A Amazônia tem um clico hidrológico regular, são oito meses de água subindo e quatro de água baixando. Mas se há uma quebra nessa sequência, seja por qualquer alteração ambiental, teremos de ser capazes de intervir neste processo e é essa a proposta do Adapta e da Rede Malária: contribuir para que elaboremos modelos que possam chegar às comunidades ribeirinhas e agir preventivamente", destacou.
O projeto Adapta tem recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).
(MCT/EcoAgência, 04/05/2010)