A companhia petrolífera British Petroleum (BP), administradora da plataforma Deepwater Horizon, que afundou no golfo do México, pagará "todos os custos necessários e apropriados de limpeza" da mancha de óleo, afirma a empresa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (3).
Após pressões do presidente americano, Barack Obama, que no domingo (2) durante visita à Louisiana indicou que a petrolífera teria que "pagar a conta", a empresa decidiu assumir totalmente os custos da limpeza.
"A BP assume a responsabilidade da resposta ao vazamento de óleo. Nós vamos limpar. A BP pagará todos os custos necessários e apropriados de limpeza", indicou a companhia em comunicado. O vazamento joga 800 mil litros de petróleo diários no mar.
O comunicado afirma ainda que a BP se compromete "a pagar todas as demandas de indenização legítimas e objetivamente verificáveis por perdas e danos vinculados pelo vazamento", citando em particular os danos aos bens, prejuízos às pessoas e perdas comerciais.
Segundo o jornal "New York Times", a lei federal estabelece o limite de US$ 75 milhões pela responsabilidade da BP no caso da mancha de petróleo, fora os custos de limpeza. Um fundo federal, alimentado por um imposto sobre o petróleo, pode cobrir até um US$ 1 bilhão dos reparos, segundo o jornal americano.
Obama
Durante sua visita ao local do vazamanto de petróleo, na costa da Louisiana, o presidente Barack Obama classificou como "potencialmente sem precedentes" os danos ecológicos e econômicos causados pelo derramamento no golfo do México.Obama afirmou ainda que a companhia petrolífera BP é claramente "responsável" pelo enorme derramamento de petróleo e deverá pagar pelas operações de limpeza.
"A BP é responsável por esse vazamento e vai pagar a conta", disse Obama aos jornalistas. "Mas, como presidente dos Estados Unidos, não vou economizar esforços para reagir a esta crise pelo tempo que for necessário".
Quanto aos danos causados pelo vazamento, o presidente afirmou: "Agora, eu acredito que os americanos estão cientes, certamente o povo do golfo está ciente, de que estamos lidando com um grande e potencialmente sem precedentes desastre ambiental".
"O petróleo que ainda está vazando pode danificar seriamente a economia e o meio-ambiente de nossos estados do golfo", explicou, acrescentando: "Isso pode durar por muito tempo. Isso pode pôr em perigo a subsistência de milhares de americanos que chamam esse lugar de casa", disse.
O aumento da área atingida pelo petróleo deflagrou o estado de emergência na Louisiana, Flórida, Alabama e Mississippi.
(France Presse / Folha Online, 03/05/2010)