A Companhia Nacional de Perfuração de Petróleo do Irã, petrolífera estatal iraniana, ofereceu nesta segunda-feira (3) sua ajuda para controlar a mancha de petróleo que se aproxima da costa dos Estados Unidos, notório inimigo da República Islâmica.
Haidar Bahmani, diretor-executivo da companhia, disse que a empresa estava disposta a oferecer assistência no combate ao vazamento no golfo do México, informou o ministério do Petróleo em seu site na internet.
Desde que a plataforma petrolífera Deepwater Horizon explodiu e afundou no mês passado, causando 11 mortes, centenas de milhares de litros de petróleo bruto têm sido expelidos para o golfo, ameaçando a vida selvagem e as praias.
"Nossos especialistas da indústria do petróleo podem frear o vazamento da plataforma no golfo do México e prevenir um desastre ecológico naquela parte do mundo", disse Bahmani, sem fornecer maiores detalhes.
O Irã é o quinto maior exportador de petróleo bruto do mundo e atualmente é criticado por seu programa de energia nuclear, o qual o Ocidente acusa de ter fins militares. O Irã nega as acusações.
Operações de limpeza
Mais cedo, a companhia petrolífera British Petroleum (BP), administradora da plataforma Deepwater Horizon, que afundou no golfo do México no dia 20 de abril, informou que pagará "todos os custos necessários e apropriados de limpeza" da mancha de óleo.
Após pressões do presidente americano, Barack Obama, que no domingo (2) durante visita à Louisiana indicou que a petrolífera teria que "pagar a conta", a empresa decidiu assumir totalmente os custos da limpeza.
"A BP assume a responsabilidade da resposta ao vazamento de óleo. Nós vamos limpar. A BP pagará todos os custos necessários e apropriados de limpeza", indicou a companhia em comunicado.
Quanto aos danos causados pelo vazamento, o presidente Obama afirmou: "Agora, eu acredito que os americanos estão cientes, certamente o povo do golfo está ciente, de que estamos lidando com um grande e potencialmente sem precedentes desastre ambiental".
"O petróleo que ainda está vazando pode danificar seriamente a economia e o meio ambiente de nossos estados do golfo", explicou, acrescentando: "Isso pode durar por muito tempo. Isso pode pôr em perigo a subsistência de milhares de americanos que chamam esse lugar de casa", disse Obama.
O aumento da área atingida pelo petróleo deflagrou o estado de emergência na Louisiana, Flórida, Alabama e Mississippi.
(Folha Online, 03/05/2010)