Mesmo com alta demanda pelo plástico verde, ampliação da fábrica no Rio Grande do Sul dependeria do desenvolvimento da produção de cana-de-açúcar no Estado
Diante da forte demanda pela resina verde recebida pela Braskem e da tendência de que a indústria nacional passe a valorizar cada vez mais a matéria-prima renovável, cresce a expectativa em torno de uma duplicação da planta de Triunfo. O diretor de empreendimentos da Braskem, Guilherme Guaragna, afirma, porém, que não existem planos para uma ampliação no Rio Grande do Sul.
A fábrica de resina verde foi instalada no Estado, em boa parte, devido à capacidade então ociosa das plantas de polietileno de Triunfo. Para ampliar a planta verde, a empresa teria de ampliar também a de polietileno. É nesse ponto que pesa o fator matéria-prima – praticamente inexistente do Paraná para baixo. Na hora de optar entre construir uma fábrica nova em São Paulo ou ampliar a planta gaúcha, a primeira hipótese é mais atraente.
– Hoje, o Estado não tem a matéria-prima, e isso pesa bastante na decisão de uma futura expansão – afirma Guaragna.
O principal fornecedor do Brasil é o Estado de São Paulo, especialmente as regiões de Piracicaba e Ribeirão Preto. Assim, faz muito mais sentido instalar uma planta no sudeste do país.
No Rio Grande do Sul, a produção chega a ser insignificante frente às necessidades da Braskem. O projeto mais relevante é o da Norobios – usina de etanol com previsão para iniciar o funcionamento em 2012. A expectativa é de que a usina opere no máximo com 120 milhões de litros de etanol ao ano. Só a Braskem terá uma demanda de mais de 400 milhões de litros anuais. Para Guaragna, o caminho é longo até que o Rio Grande do Sul tenha uma produção competitiva nacionalmente.
(Zero Hora, 03/05/2010)