Depois do sobrevoo no Golfo do México onde se concentram os esforços para evitar que o petróleo vazando de uma plataforma na região se espalhe ainda mais, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a petrolífera British Petroleum (BP) arcará com todos os custos. – A BP é a responsável por esse vazamento, a BP vai pagar a conta – disse o presidente em visita a Louisiana, o primeiro Estado norte-americano a ser atingido pelo vazamento de petróleo.
Obama reconheceu que o fato é “potencialmente um desastre ambiental sem precedentes”. A reação ao vazamento pode ser crucial em termos políticos, já que a última catástrofe na região – a inundação de New Orleans causada pelo furacão Katrina, em 2005 – causou abalo permanente na popularidade do então presidente George W. Bush, criticado por não ter tomado as medidas corretas a tempo. Mas Obama logo respondeu aos críticos, segundo os quais o governo não agiu com a rapidez necessária no caso:
– Nos preparamos e nos planejamos para o pior desde o primeiro dia, embora esperamos o melhor.
Ainda de acordo com Obama, “muitos dias” podem ser necessários para controlar o vazamento de petróleo no Golfo do México que ameaça provocar o pior desastre ecológico da história do país. Sobre os efeitos, acrescentou que as consequências do desastre podem se estender por “muito tempo” e ameaçar o sustento de milhares de americanos:
– O petróleo que flui do poço pode prejudicar seriamente a economia e o meio ambiente de nossos Estados do Golfo – disse Obama na cidade de Venice, no sul da Louisiana, que se transformou em um centro de operações para a resposta à catástrofe.
A mancha de óleo avança cada vez mais, e boias e outros materiais de contenção disponíveis pouco puderam alterar o fluxo do derramamento. Uma proposta em discussão para conter o avanço é a escavação de um poço para drenar o petróleo que vaza da reserva, o que levaria ao menos dois meses.
O vazamento de petróleo ocorreu depois que uma plataforma de perfuração de petróleo explodiu e afundou no mar, no último dia 20 de abril, deixando 11 mortos. Os Estados da Flórida, Mississippi e Alabama também estão ameaçados e já declararam estado de emergência.
(Zero Hora, 03/05/2010)