Com um mercado estagnado e que reverte para baixo a tendência de consumo de cigarros, a Philip Morris Brasil (PMB) procura focar seus ganhos na rentabilidade de seus negócios. O novo investimento na planta de Santa Cruz do Sul, que envolverá R$ 113 milhões, terá como principal objetivo modernizar a produção e otimizar os processos logísticos. O projeto prevê a transferência de duas das quatro unidades na cidade para dentro do Distrito Industrial, onde já funcionam uma fábrica e os setores de armazenagem, pesquisa e administrativo. “Teremos ganhos no transporte de produtos entre as plantas e promoveremos uma modernização em nossas linhas”, explica Maurício Mendonça Jorge, diretor de Assuntos Corporativos da companhia.
Não haverá aumento significativo na capacidade de produção da PMB em Santa Cruz, uma vez que a companhia opera com capacidade ociosa e joga suas linhas de produção conforme as diferentes demandas. Para a empresa, não faz sentido ampliar significativamente as linhas em um mercado que não cresce. A implementação do projeto ainda depende da licença ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), prevista para ser liberada neste mês. As obras iniciarão imediatamente após o certificado e têm previsão para serem concluídas no segundo semestre de 2011. Será ampliado o quadro de funcionários (hoje de 1,2 mil), embora a companhia não estime em quanto. O certo é que durante a obra serão contratados 400 trabalhadores. O investimento, que conta com apoio do Fundopem, irá qualificar o laboratório da empresa, assim como seus setores administrativos, e melhorará o ambiente de trabalho.
As novas instalações ocuparão mais de 40 mil m2 de área construída. Mesmo se cortar custos e otimizar a produção, não serão reduzidos os preços dos cigarros nas gôndolas, uma vez que os produtos têm 75% de seu preço pautado pela carga tributária, e há pouca flexibilidade para mudanças em valores. Além de aumentar a rentabilidade, a empresa procura ampliar sua participação de mercado. A companhia espera ampliar sua participação no mercado brasileiro de cigarros, hoje na faixa entre 14% e 15%, em um mercado anual de 100 bilhões de cigarros. “A forma de ampliarmos nossa participação é a disputa no ponto de venda, levando mais visibilidade e ampliando a oferta do produto”, explica Jorge.
(Por Erik Farina, JC-RS, 03/05/2010)