Um funcionário da BP (British Petroleum) declarou que a empresa pediu ajuda ao governo americano para analisar o vazamento de petróleo no Golfo do México que ameaça a costa dos EUA.
O chefe de operações da empresa, Doug Suttles, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira que a empresa solicitou melhores equipamentos submarinos do que aqueles disponíveis no mercado ao Departamento de Defesa do país. Ele disse que a empresa pediu equipamentos específicos de imagem e veículos de operação remota.
Catástrofe ambiental
Segundo os últimos dados, o desastre, produto de uma explosão seguida de incêndio que destruiu a plataforma em 20 de abril, cresce em ritmo de 5 mil barris diários.O governador da Louisiana, Bobby Jindal, solicitou ontem a ajuda de emergência ao governo para impedir um desastre ecológico nas sensíveis restingas do estado, que estão seriamente ameaçadas devido a uma mudança da direção do vento.
A mancha de petróleo provocada pela explosão da plataforma petrolífera no Golfo do México poderia ameaçar mais de 400 espécies da Louisiana que dependem do ecossistema litorâneo.
Baleias, golfinhos, 110 espécies de aves migratórias e a maior população de mariscos dos 48 estados que formam os Estados Unidos é parte dos animais ameaçados, conforme o departamento de fauna, flora e vida marina de Louisiana.
A costa americana do Golfo do México é um ecossistema de grande diversidade ambiental e uma área da qual depende grande parte da produção pesqueira de marisco do país. Dados dos cientistas indicam que 90% de todas as espécies do Golfo do México dependem dos estuários em algum momento da vida, justo para o local onde segue a mancha de petróleo.
As autoridades da Louisiana instalaram mais de 30 quilômetros de barreiras flutuantes na superfície do mar que buscam conter o avanço do óleo, embora Jindal tenha deixado claro que isso não será suficiente para frear a maré negra.
Previsões
Os ventos mudaram ao sudeste ontem, quarta-feira (28), e os técnicos calculam que as bordas exteriores da mancha de petróleo cru podem chegar ao litoral da Louisiana na sexta-feira (30) à tarde. As previsões meteorológicas indicam ventos de sudeste até o fim de semana e marés altas, condições que favorecem a mancha ser empurrada ao delta do Rio Mississipi, um hábitat muito variado e frágil.
Na quarta-feira as autoridades realizaram as primeiras queimas controladas de petróleo próximo à plataforma, em uma tentativa de reduzir o volume de petróleo que possa chegar ao litoral.
O jornal "The Wall Street Journal" informou hoje que o poço de prospecção que agora derrama petróleo cru no Golfo do México não tinha sistema de obturação por controle remoto, como exigem outros importantes países petroleiros como a Noruega e o Brasil. Segundo o jornal, a plataforma também não contava com o chamado comutador acústico, com o qual a tripulação tem condições de ativar uma válvula submarina que fecharia o poço.
(AP / Folha Online, 29/04/2010)