(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
bayer abelhas clotianidina
2010-04-30 | Francis

Mais de 30% das colméias de abelha podem passar esta primavera sem polinizar uma só fruta. Em algumas regiões, são mais de 60% das colméias. Os apicultores afetados não suportam mais as perdas e protestam em frente da Reunião Anual da Bayer nesta sexta-feira (30/04). 

Há dez anos os apicultores tiveram problemas por causa de diversos inseticidas. Quando se conseguia investigar as causas da morte das abelhas, ficava comprovado que devia-se principalmente ao uso de substâncias nocivas para elas. Desde o início da utilização sistêmica de pesticidas nas lavouras, há dez anos, o número de colméias foi reduzido pela metade. A queda sucessiva sugere que, em poucos anos, haverá muito poucas colméias na Alemanha. Há cem anos, os apicultores da Alemanha cultivavam um milhão de colméias – hoje não passa de 500 mil, apesar de haver cada vez mais produtores.

Uma pesquisa feita com o pão de abelha esclareceu o problema dos apicultores. No depósito de alimentos das abelhas são encontradas cerca de 50 substâncias químicas, a maior parte proveniente das lavouras. No mel, estritamente falando, não se encontra nada. 

Especialmente os neonicotinóides clotianidina e os imidacloprid  fabricados pela empresa Bayer tem causado perdas significativas para os apicultores desde a sua aprovação como inseticidas na Europa. Algumas dessas substâncias já são suspeitas há muitos anos de serem responsáveis pela mortandade desenfreada de abelhas no mundo todo. 

A aplicação de pequenas quantidades do inseticida clotianidina já havia causado a morte de 12.500 colméias na primavera de 2008. Por isso a aprovação da utilização da substância foi revogada para as lavouras de milho. A situação catastrófica dos apicultores, no entanto, não melhorou. O princípio ativo da clotianidina desintegra-se depois de três anos da primeira utilização. Se a cultura seguinte também for tratada com o mesmo inseticida, a clotianidina continua impregnada no solo e em cada nova planta que nascer.

Em 2009, entre outras culturas, canola e beterraba foram tratadas com clotianidina, embora o uso em plantações de canola signifique uma contaminação significativa do néctar e do pólen. O resultado dessa política agrária imprudente é uma redução no número de colônias de abelhas mais rápida do que os apicultores conseguem compensar.

Por meio de uma autorização especial, o Ministério da Defesa do Consumidor da Alemanha voltou a autorizar a utilização do veneno da Bayer nas lavouras de milho. Agora, o pesticida não é mais aplicado às sementes, mas injetado no solo em forma de grânulos. Assim que o veneno se espalha na terra, cada planta que ali cresce se torna venenosa para as abelhas e outros insetos benéficos.

O ministro da Agricultura em exercício justificou a permissão alegando que apenas a técnica errada de aspersão foi responsável em 2008 pela maior mortandade de abelhas da história da Alemanha , embora pesquisadores franceses e italianos tenham comprovado claramente o grau de nocividade da clotianidina para as abelhas, de modo que a utilização do produto é proibida na Itália e na França.

Na Alemanha, no entanto, o ministro da Agricultura confia plenamente nas declarações da Bayer, de que o inseticida é inofensivo, e com isso põe as abelhas em risco de extinção. Essa confiança na indústria custará caro aos cidadãos mais tarde. Só a falta de polinização das abelhas custaria aos cofres públicos um bilhão de euros por ano. Frutas e legumes trariam pouco ou nenhum rendimento no futuro. Muitas flores e plantas silvestres sem as abelhas são ameaçadas de extinção. 

O impacto ambiental, portanto, exige do governo federal alemão uma proibição imediata da utilização do defensivo agrícola Santana, com o princípio ativo clotianidina, para evitar uma redução ainda maior da população de abelhas. 

Como o produto permanece no solo durante anos, antes que a maior parte dela se desintegre, deveria ser feito um levantamento completo sobre o pesticida para todas as culturas agrícolas, que ainda receberão os produtos nocivos às abelhas ainda por muitos anos. Para o representante dos apicultores junto à organização ambiental alemã, já existem de 5 a 12 culturas nessa situação. Sem o apoio jurídico ou financeiro da União Europeia, os apicultores não serão mais capazes de interromper essa redução no reino dos insetos.

Para dar uma chance ainda às abelhas na Europa, a Umweltbund exige que todos os pesticidas sistêmicos sejam imediatamente proibidos. Não se deve tolerar que um defensor agrícola envene o solo e a planta inteira. Se os agricultores quiserem proteger suas lavouras, devem manter o néctar e o pólen das plantas livres de veneno, senão em breve todos os animais úteis para as pessoas serão extintos.

Mais informações: Manfred Gerber, membro da Umweltbund e.V (info@bienenwabe.de)

(Versão em português por Francis França, Ambiente JÁ, com informações da Umweltbund, 30/04/2010)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -