A Austrália anunciou hoje que vai ser o primeiro país do mundo a interditar as marcas sobre as embalagens de cigarros, de acordo com a nova legislação proposta pelo governo deste país, noticiou a France presse.
Esta decisão que está a provocar a ira dos fabricantes de cigarros, será implementada em 2012, e visa reduzir o consumo do tabaco.
"Os cigarros não são bons e matam” declarou o primeiro-ministro Kevin Rudd, que se manifestou consciente das consequências adversas por parte das companhias produtoras de tabaco.
“As companhias produtoras de tabaco vão detestar esta medida, elas vão opor-se. Mas apesar de tudo, pensamos que esta medida, associada a outras, permitirá a redução do tabagismo. Apesar de tudo, vamos prosseguir o nosso trabalho”, sublinhou o primeiro ministro Kevin Rudd,
A partir de 2012, na Austrália, os cigarros passarão a ser comercializados em embalagens estandardizados.
A “Imperial Tabacco Austrália” uma das mais importantes no fabrico de cigarros naquele país, já reagiu anunciando que vai contestar a decisão na justiça, por considerar que os seus lucros serão afectados, uma vez que a sua marca tem um “valor comercial”.
Um porta-voz da companhia declarou numa rádio que, comercializar os cigarros sem marca não permite ao consumidor diferenciar a sua marca das outras e isto tira o valor da patente. “Isto afecta o valor da nossa actividade como empresa comercial, pelo que vamos lutar para proteger os nossos direitos de propriedade internacional » sublinhou.
Mas a ministra da saúde australiana, Nicola Roxon, por sua vez explicou na mesma rádio que a medida que esta a ser implementada pelo governo australiano, é uma directiva da Organização Mundial da Saúde. “O facto de as companhias de tabaco não apreciarem esta medida não vai nos travar.
Quando as publicidades foram interditas também protestaram. Esta é a última etapa que nos falta adoptar”, sublinhou a ministra.
Na Australia não é autorizada a publicidade de cigarros e é interdito fumar na maior parte dos locais públicos fechados, como escritórios e restaurantes.
(Portal Angop, 29/04/2010)