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lixo radioativo passivos da energia atômica política ambiental austrália
2010-04-28 | Tatianaf

Tribos originárias do norte da Austrália se opõem aos planos do governo de construir uma unidade de armazenamento de lixo nuclear em suas terras. Diane Stokes, das tribos warumungu e warlmanpa, no Território do Norte, não quer que seja jogado lixo radioativo nas terras de seu clã na Muckaty Station, cerca de 200 quilômetros ao norte da localidade de Tennant Creek. A questão sobre o que fazer com os resíduos do material nuclear que a Austrália usa em hospitais, indústrias, agricultura e pesquisa existe há décadas e está longe de ser resolvida. Atualmente, esse lixo é armazenado em numerosos locais de todo o país. Também uma parte é levada para Escócia e França.

Tanto o governo do primeiro-ministro Kevin Rudd como de seu antecessor John Howard (1996-2007) consideram que estes locais são temporários, buscando construir uma unidade permanente para colocar esse material radioativo. Um projeto de lei que está em exame no parlamento descarta a possibilidade de usar um dos três lugares previamente designados em terras das Forças de Defesa da Austrália, no Território do Norte, o que efetivamente deixaria Muckaty Station como único local potencial a ser considerado.

Embora o ministro de Energia e Recursos, Martin Ferguson, afirme que o projeto “significa que um local já não pode impor-se automaticamente a uma comunidade em nenhum Estado ou território”, a legislação proposta também reconhece a nomeação “voluntária” de Muckaty, que em 2007 foi feita por membros do clã ngapa. Esse clã é um dos vários grupos familiares indígenas donos tradicionais das terras de Muckaty Station.

“Tomamos uma decisão: indicamos nossa terra porque queríamos uma vida melhor para nossos filhos”, disse a porta-voz ngapa, Amy Lauder, em uma audiência sobre o projeto no dia 30 de março no Senado. Prevê-se que Lauder e seus familiares receberão compensação de US$ 11,14 milhões em troca da construção da unidade de lixo radioativo em suas terras.

“Estamos satisfeitos pelo fato de esse lixo poder ser guardado de maneira segura, sempre que haja o processo de impacto ambiental a seguir nos próximos anos. O clã ngapa está unido nesta decisão”, disse Lauder ao comitê do Senado. Essa sua posição é apoiada pelo Conselho de Terras do Norte (NLC), que representa os latifundiários aborígines da região setentrional do Território do Norte.

“O povo ngapa adotou uma posição valente ao propor suas terras tradicionais como local em potencial para abrigar o lixo radioativo da nação”, disse Kim Hill, presidente do NLC. Hill disse que “ninguém discute que a área em questão pertence ao clã de Lauder”. Mas, é exatamente isso que parece estar sendo disputado. Uma carta divulgada em conjunto por membros dos clãs milwayi e wirntiku, bem como por outros clãs ngapa, foi lida na segunda audiência do Senado, no dia 12 deste mês.

A carta diz que o local proposto, na realidade, fica em terras milwayi e não pertencente à família de Lauder, e pede que antropólogos se pronunciem a respeito. O senador do Partido Verde Scott Ludlam pediu que Muckaty seja descartada para abrigar a unidade porque no processo de indicação desse local não foram ouvidos os aborígines envolvidos.

O ativista Dave Sweeney, da Fundação Australiana para a Conservação, criticou o ministro Ferguson por se afastar dos princípios estabelecidos por seu próprio partido em relação ao lixo radioativo. Segundo ele, em 2007 o Partido Trabalhista prometeu “novo estudo de seleção do local baseado na inclusão e no consentimento da comunidade, e também deveria estar baseado em processos e princípios fortes e transparentes”.

Sweeney afirmou que há muito em jogo “com alguns tipos de lixo radioativo que duram milhares de anos, podem causar câncer e alterações genéticas, que podem ser transmitidas ao ambiente externo” e também afetar “a percepção das pessoas sobre sua relação com a terra”. O presidente da Associação Médica para a Prevenção da Guerra, Bill Williams, disse que um vazamento de uma unidade de lixo radioativo facilmente chegaria aos seres humanos por meio dos alimentos e da água, além de afetar diretamente os pulmões com o ar contaminado. “Não existe uma dose segura de radiação ionizante para nenhum de nós”, alertou.

(Por Stephen de Tarczynski, IPS/Envolverde, 28/04/2010)


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