O desenvolvimento de fontes de energia alternativas ganhou um importante apoio. Bill Gates, fundador da Microsoft, fundou com um grupo de executivos de grande empresas o Conselho Americano de Inovação Energética (http://www.americanenergyinnovation.org/), com o objetivo de "estimular o crescimento econômico, criar empregos em novas indústrias e reestabelecer a América na liderança das tecnologias energéticas com investimentos públicos robustos no desenvolvimento dessas tecnologias".
Além de Gates, o grupo reúne Chad Holliday (ex-CEO da Du Pont), Norm Augustine (ex-presidente da Lockheed Martin), Ursula Burns (CEO da Xerox), John Doerr (sócio da Kleiner Perkins), Jeff Immelt (CEO da GE) e Tim Solso (CEO da Cummins).
O objetivo do grupo é incentivar o governo federal americano a investir em energias mais limpas. Em artigo publicado no Washington Post, Gates e Holliday apontam três motivos pelos quais acreditam que a iniciativa desse tipo de pesquisa deve partir do Estado.
Segundo ele, o desenvolvimento dessas tecnologias é de interesse público, por ter implicações na segurança nacional, saúde econômica e questões ambientais. Essas não seriam motivações para a iniciativa privada, mas "dão mérito a um comprometimento do setor público".
Em segundo lugar, Gates aponta que a natureza do negócio exige investimento público, pelo alto custo de pesquisa e risco de de não haver retorno. "Um novo carro elétrico pode custar bilhões para ser desenvolvido e ainda assim não funcionar", exemplifica o artigo. Além disso, o executivo argumenta que há pouco mercado para novos modelos energéticos, pois as usinas atuais são baratas de se manter, depois de construídas.
O artigo aponta diversas oportunidades na área, citando o setor de energia solar e eólica, a necessidade de tecnologias mais avançadas de armazenamento de energia para carros elétricos e a possibilidade de energia nuclear a partir de urânio não-enriquecido.
No artigo, os empresários elogiam a capacidade de pesquisa das universidades e agências americanas, mas afirmam que é preciso mudar a "escala e urgência dos esforços na área de energia". O Conselho deve oferecer em alguns meses recomendações para o setor.
(O Globo, JC-RS, 28/04/2010)