Fumantes com mais dificuldades em largar o vício ou em, simplesmente, reduzir a quantidade de cigarros fumados por dia podem, de certa forma, culpar seus genes, segundo artigo recentemente publicado na revista Nature Genetics. Em três estudos independentes, incluindo um total de 140 mil pessoas, cientistas americanos e europeus identificaram três mutações genéticas associadas ao aumento no número de cigarros fumados por dia e à probabilidade de uma pessoa começar a fumar ou largar o vício.
Um estudo anterior já havia descoberto uma alteração comum no código genético ligada ao vício em nicotina e ao risco de câncer de pulmão. E o novo estudo, além de confirmar essas descobertas, aponta mais duas variantes genéticas - chamadas polimorfismos de base única - que parecem aumentar o consumo de cigarros.
Segundo os pesquisadores, cada cópia das variantes foi associada com um pequeno aumento no consumo - de aproximadamente metade de um cigarro por dia. Entretanto, elas também conferiam um aumento de 10% no risco de câncer de pulmão. "O tabagismo é ruim para a saúde de todos. Entretanto é ainda pior para alguns, e nossas descobertas continuam a fortalecer nossa capacidade de identificar quem são essas pessoas e de dar a elas uma razão convincente para deixar de fumar", disse a pesquisadora Kari Stefansson.
(UOL BLOG, 27/04/2010)