Evaristo Hernández foi vítima das más condições de segurança no trabalho mineiro. Recentemente, o trabalhador da Seção 11, de Santa Bárbara, Chihuahua, no México, morreu esmagado enquanto derrubava uma rocha para continuar com as atividades de perfuração. Hernández trabalhava em Mimenosa, S.A, uma das minas do Grupo México, cujo diretor é Germán Feliciano Larrea Mota Velasco.
Segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores Mineiros, Metalúrgicos e Similares da República Mexicana (SNTMMSRM), em comunicado, divulgadas por Rebanadas de Realidad, o trabalhador morreu imediatamente após a queda da rocha. Na ocasião, o supervisor Ignacio Terrazas, que também estava fazendo o trabalho, ficou ferido.
No comunicado, o Sindicato ressalta as "desumanas e péssimas condições de segurança e de higiene" nas minas do Grupo, as quais contribuíram para a morte do operário mineiro. De acordo com a organização, a queda da rocha ocorreu porque a parede do túnel não estava previamente endurecida.
"Mais uma vez, (a morte do trabalhador) ressalta a arrogância e a insensibilidade desumanizadas com que Grupo México trata seus trabalhadores em todo lugar onde opera, e isso é um anúncio terrível do que estão vivendo aqueles trabalhadores que esta empresa sequestrou em seu benefício e do que poderiam viver outros núcleos de operários que chegaram a estar nas mesmas condições de submissão trabalhista, ou seja, na exploração mais desapiedada", destaca.
De acordo com SNTMMSRM, a mina produz zinco, prata, chumbo e cobre. O Sindicato ressalta que a Seção 11 de Santa Bárbara, em Chihuahua, está temporariamente sob o comando do Grupo México. O comunicado revela ainda que, há quatro anos, o Grupo tomou a Seção Sindical e a usou para divulgar mensagens contra dirigentes do Sindicato Nacional dos Mineiros, como calúnias contra o Secretário Geral da organização, Napoleón Gómez Urrutia, realizadas durante quase um ano.
"Este sequestro de toda uma Seção Sindical Mineira explica porque não se deu a conhecer este percalço aos meios de imprensa locais nem aos federais. E isto também indica como o empresário Larrea Mota Velasco atua com aqueles trabalhadores; com ameaças e terror. Velasco conseguiu sequestrar (a seção sindical) temporariamente, em prejuízo dos mineiros e do Sindicato. Não há uma voz como a da Organização Sindical que denuncie estes verdadeiros homicídios industriais e os protejam das arbitrariedades da parte patronal. Os trabalhadores têm medo de falar por temor a represálias", acrescentou o comunicado.
(Adital, 27/04/2010)