Um seminário promovido pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) reúne técnicos de diferentes órgãos públicos em prol de um mesmo objetivo: preservar a vida dos bugios no Rio Grande do Sul. O primata, que vive em áreas de mata, foi uma das maiores vítimas do surto de febre amarela que atingiu o Estado entre outubro de 2008 e junho do ano passado. "Recebemos a notificação da morte de mais de dois mil animais nesse período. Ainda não temos uma avaliação final do impacto que isso teve", conta o biólogo Marco Antônio de Almeida, do setor de Epizootias do Cevs.
Segundo ele, o bugio é considerado uma espécie vulnerável, ou seja, sofre ameaça de extinção. "Desde que isso aconteceu, não tivemos oportunidade de reunir o pessoal da área para discutir a situação deste macaco, que é típico da nossa região. Suspeitamos que em alguns pontos do Estado eles tenham sido exterminados", avalia.
O evento, que prossegue hoje na Capital, vai traçar as estratégias de ação para preservar os bugios. A vida desses animais é de extrema importância para os seres humanos, já que ele atua como um tipo de sentinela.
Depois de ser picado pelo mosquito Haemagogus (vetor da febre amarela) e contrair o vírus, o macaco serve de alerta para as autoridades de saúde sobre os riscos de expansão da doença.
As novas linhas de atuação conjunta devem resultar em programas específicos de apoio à preservação do bugio. Para isso, representantes de setores da área da saúde e do meio ambiente estão apresentando suas análises a respeito da situação atual e da distribuição geográfica dos animais. O objetivo inicial é nivelar os conhecimentos para, posteriormente, propor as ações de recuperação dessas populações de primatas.
(JC-RS, 27/04/2010)