Autoridades americanas retiraram as pessoas nesta segunda-feira de uma nova plataforma de petróleo no Golfo do México, próxima do local onde outra plataforma explodiu e afundou na semana passada.
Segundo o Serviço de Administração de Minérios dos EUA (MMS, na sigla em inglês), a decisão de retirar os trabalhadores da plataforma Ocean Endeavour foi tomada porque o vazamento de óleo causado pela explosão estaria "perigosamente próximo" do local.Uma porta-voz do Serviço disse que as autoridades estão sendo extremamente cautelosas depois da explosão da semana passada.
A plataforma Deepwater Horizon, da empresa British Petroleum (BP), explodiu na terça-feira passada (20) e afundou na quinta-feira (22), depois de ficar dois dias em chamas. Os esforços de limpeza do óleo em frente à costa da Louisiana foram suspensos nos últimos dois dias por causa do mau tempo na região e a mancha no mar já chega a cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados.
Uma empresa britânica está usando submarinos-robôs para tentar conter o petróleo. Essa é a primeira vez que essa estratégia, com os aparelhos controlados remotamente de um navio na superfície, está sendo usada para tentar controlar esse tipo de problema.
Desastre
A BP vem usando os submarinos, equipados com câmeras, para tentar fechar as válvulas e parar o vazamento a 1,5 quilômetro de profundidade. A operação deve durar de 24 a 36 horas e não há garantias de que ela será bem sucedida.
Se a iniciativa falhar, a alternativa seria abrir um poço vizinho ao que está vazando e desviar o fluxo de petróleo, algo que levaria meses.
Onze funcionários da plataforma continuam desaparecidos e acredita-se que eles tenham morrido no acidente. Mais de cem funcionários foram resgatados antes de as buscas terem sido encerradas.
Segundo as autoridades locais, o vazamento de petróleo --de quase 160 mil litros por dia-- tem potencial para danificar praias, ilhotas e manguezais na costa da região, causando um desastre ambiental.
A plataforma realizava perfurações exploratórias 84 quilômetros ao sudoeste de Venice, na Louisiana, quando ocorreu a explosão.
A empresa também acionou mais de 30 navios e vários aviões para espalhar agentes dispersantes sobre a mancha de óleo, mas os esforços foram suspensos no fim de semana por causa do mau tempo.
Por enquanto, as condições meteorológicas estão mantendo a mancha distante da costa e especialistas esperam que as ondas ajudem a "quebrar" a mancha, permitindo que o óleo endureça e desça para o chão do oceano.
Prioridade
Inicialmente, a guarda costeira acreditava estar lidando apenas com um vazamento residual na superfície, mas depois constatou que havia óleo vazando de canos.
No ano passado, a BP foi multada em US$ 87 milhões por não ter melhorado as condições de segurança depois de uma enorme explosão que provocou a morte de 15 pessoas em uma refinaria na cidade do Texas.
O Serviço de Administração Mineral dos Estados Unidos tinha realizado inspeções de rotina na plataforma Deepwater Horizon em fevereiro, março e abril deste ano, sem encontrar nenhuma violação às normas de segurança.
A causa da explosão ainda não foi identificada. Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, disse que seu governo está oferecendo "toda assistência necessária" para o resgate e para os esforços de limpeza na região. Ele descreveu a crise na plataforma operada pela BP como a "prioridade número um" de seu governo.
(BBC Brasil / Folha Online, 26/04/2010)