A cidade de Pequim está empreendendo uma guerra contra o mau cheiro proveniente de um número cada vez maior de depósitos de lixo. Para isso, espalhou mais de cem canhões para lançar perfume nos lixões da capital, já que as temperaturas mais altas provocam maior deterioração do material nos aterros.
Os canhões com desodorizantes foram uma ideia dos empregados da usina de lixo Gaoantun, nos subúrbios de Pequim, depois que autoridades locais pediram desculpas pelo mau cheiro vindo do aterro e prometeram mitigar o problema.
Outros esquemas estão sendo utilizados, como material que absorve odores e uma máquina que extrai os gases malcheirosos e os utiliza para produzir eletricidade. Reportagem da Agência Reuters.
“Ao empregar essas medidas, e ao mesmo tempo que adotamos outras ações para controlar o mau cheiro, reduzimos a poluição nesse aterro ao nível mais baixo”, disse Zhang Quanhong, chefe da seção do Centro de Disposição do Lixo do Distrito de Chaoyang, no aterro de Gaoantun.
Gaoantun é um dos vários depósitos encarregados de processar montanhas de lixo produzidos na capital chinesa.
Os 17,55 milhões de moradores de Pequim eliminam diariamente 18,4 mil toneladas de lixo doméstico, 90 por cento do qual é jogado em 13 aterros dispersados no entorno do município, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
Os canhões, chamados oficialmente de “sprays desodorizadores de alta pressão e longo alcance”, lançam no lixo que chega ao aterro um líquido criado a partir de um extrato de planta.
O produto neutraliza o cheiro e o lixo é então enterrado sob folhas absorventes de odores. Em seguida, mais desodorante é jogado sobre a pilha.
Mas nem todos estão impressionados.
Moradores de um complexo residencial nas imediações dizem que ainda estão para ver o resultado.
“Quando o mau cheiro surge, todos nós tossimos. À noite, acordamos tossindo. Mesmo quando você dorme profundamente, você acorda tossindo. Todo mundo abre as janelas no verão, e lá está aquele cheiro”, disse Geng Haiou.
Peritos em gerenciamento de lixo também expressaram dúvidas sobre a desodorização.
(Reuters Television, UOL Notícias, EcoDebate, 25/04/2010)