De 19 a 22 de abril aconteceu em Cochabamba, na Bolívia, a “Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra”. Organizações populares do mundo inteiro participaram para debater sobre as conseqüências do sistema capitalista sobre as mudanças climáticas e a luta a ser travada pelas organizações sociais e populares.
Um dos temas debatidos pela Via Campesina internacional, reunida naquele país, foi a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Na oportunidade, 120 pessoas, vindas de 28 países e integrantes de 57 organizações escreveram um manifesto posicionando-se contrários à construção da barragem. Segundo Gilberto Cervinski, do Movimento dos Atingidos por Barragens, que esteve em Cochabamba, o manifesto é o avanço da internacionalização da luta contra Belo Monte.
Conforme consta no manifesto, as organizações que o subscrevem entendem que está em curso uma ofensiva mundial das grandes empresas para apropriar-se dos bens naturais estratégicos em todos os países, como a água, a energia, a terra, a biodiversidade e os minérios, através de grandes projetos de desenvolvimento. “Estes grandes projetos de interesses das transnacionais são contra os interesses dos povos, porque refletem na perda de soberania energética e alimentar. Por isso, temos assumido um compromisso internacional de denunciar e lutar contra esta lógica que tem como único objetivo a busca do lucro”.
Nesta semana, no dia do leilão (20/04) organizações e movimentos sociais se manifestaram em diversos estados contra a construção dessa barragem. No dia 12, o diretor de cinema, James Cameron, também esteve participando das mobilizações contra Belo Monte.
(Mab, 23/04/2010)