A Navegação Aliança colocou em águas gaúchas o navio Frederico Madörin, a segunda embarcação da série "Fundadores", uma homenagem aos homens que deram início à empresa. Orçado em R$ 16,5 milhões, o navio tem 102,90 m de casco e utiliza internamente material reciclado, como placas de forração fabricadas com caixas de leite longa vida e tecido de lona reciclada para revestimento de poltronas e na fabricação das cortinas.
"O navio não capta água do rio. Só usa essa água para resfriar os motores. O sistema de refrigeração dos motores é interno. Com isso, não interfere no meio ambiente", afirmou Átila Scherer, diretor da Navegação Aliança. O projeto contou com financiamento do Fundo de Marinha Mercante repassado por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa RS.
A embarcação tem capacidade para transportar 4,7 mil t e será utilizado prioritariamente para o transporte de grãos entre a região metropolitana de Porto Alegre e o Porto de Rio Grande, no município de mesmo nome, no sul do Estado. O navio aumenta em 10% a capacidade da frota da empresa, que atinge 53,4 t.
Após passar pelo batismo na noite desta quinta-feira, a primeira viagem da embarcação está prevista para amanhã. Ela será carregada com soja no município de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, e o produto será levado para o porto de Rio Grande. A previsão é que leve entre 7 e 8 horas para carregar o navio e outras 20 horas até o município destino. Quando a embarcação estiver vazia, a viagem deverá reduzir em 4 horas.
Os dois motores principais e os outros três auxiliares e o equipamento de tratamento de esgoto foram importados da Alemanha. O restante do material é de fabricação nacional.
Com o convés verde, paredes internas e externas brancas e o casco cinza, o Frederico Madörin tem 8 camarotes. Ele conta ainda com um reservatório para armazenar o lixo produzido no interior da embarcação. O óleo, por exemplo, será encaminhado para empresa de reciclagem.
A primeiro navio da sério "Fundadores" foi o Germano Becker - um graneleiro de 110 m de comprimento e capacidade de carga de 5,4 mil t. A trilogia será completada com o João Malllmann.
(Por Fabiana Leal, Terra, 22/04/2010)