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aracruz/vcp/fibria arcelormittal norsul
2010-04-23 | Tatianaf

As empresas poluidoras ArcelorMittal Tubarão e a ex-Aracruz Celulose (Fibria) não têm em comum apenas os impactos ambiental, social e econômico que causam às regiões onde estão instalados seus projetos degradantes. As transnacionais transportam seus produtos pelo mar, valendo-se dos serviços da companhia de navegação Norsul, que, coincidências à parte, também tem um amplo leque de poluição.

Não são incomuns nos portos operados pela empresa de capital privado norueguês em todo o País as denúncias de degradação ambiental que causa. O mais recente movimento contrário à companhia de navegação, divulgado no AmbienteJá, aponta a polêmica instaurada em Santa Catarina, onde a empresa quer construir um porto. Doze entidades da região são contra o Terminal Marítmo Mar Azul, em Laranjeiras, próximo à empresa poluidora Veja do Sul – do grupo Arcelor - para a qual a Norsul transporta as bobinas de aço do Espírito Santo para a Baía de Babitonga. O licenciamento já foi solicitado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas enfrente resistências.

Assim como estamos acostumados a assistir na TV, com as grandes poluidoras, a Norsul também vende aquela imagem de empresa responsável. Porém, ao contrário do que prega, já esteve envolvida em episódios como o do acidente provocado com uma de suas barcaças, na entrada da Baía de Babitonga, quando perdeu bobinas que continuam no fundo do mar, gerando derramamento de óleo em grandes proporções, contaminação que impediu a atividade pesqueira, afetando o turismo e o comércio.

Os danos ambientais causados à Baía e ao litoral catarinense resultaram em ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF/SC) e do Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MP/SC). A barcaça transportava 340 bobinas de aço, com peso aproximado de duas toneladas cada.

Para os MPs, houve total descaso das empresas poluidoras no tocante às medidas de contenção dos impactos ambientais, após o acidente. A Norsul adotou medidas extremamente frágeis, e a Veja e a Arcelor ficaram totalmente omissas. Já a Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) e o Ibama não exerceram suficientemente seu poder de polícia, no sentido de exigir medidas mitigadoras, com o que conseguiriam a diminuição dos danos.

Em Santa Catarina, o movimento contrário ao porto já gerou Moção de Repúdio na Câmara de Vereadores de São Francisco do Sul, encaminhada ao Ministério do Meio Ambiente, na tentativa de barrar o projeto da Norsul. Assim como no Espírito Santo, a Veja Sul se instalou no município catarinense com todas as mordomias dos poder público e se mantém com patrocínios à mídia corporativa.

O porto da Norsul é considerado catastrófico. Além da riqueza marinha encontrada na área, mais de dois mil pescadores correm o risco de ter seu trabalho prejudicado. O barulho provocado pelo porto afetará ainda o criadouro natural existente, fonte de renda para as famílias que moram na região. A empresa já destruiu boa parte da área, incluindo a de mangue, seja pelo corte da vegetação do mangue ou na drenagem das suas águas, como afirmou o AmbienteJá.

Foi a Norsul também que desenvolveu o projeto da ex-Aracruz Celulose para transportar as toras de eucalipto do sul da Bahia para o Espírito Santo, pelo mar. Assim como alertados à época por ambientalistas e pesquisadores, as barcaças têm grande potencial de impacto ambiental, e colocam em risco a reprodução das baleias jubarte, já que o porto é localizado em Caravelas, próximo ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

O barulho das embarcações atrapalha o período de reprodução, já que interfere no canto dos machos, parte do ritual de acasalamento das jubartes. Até hoje, não são raros os relatos de atropelamento de baleias pelas barcaças, já que a rota de navegação, a cargo da Norsul, passa pela área de incidência dos animais. Perigo que atinge com mais incidência grupos de mães e filhotes, que se aproximam da costa para buscar abrigo.

Para quem conhece o histórico da ex-Aracruz Celulose, não fica difícil entender a postura da Norsul: é outra empresa do grupo Lorentzen, que detém uma participação de 28% na transnacional. A família detém 70% do capital da companhia de navegação.

Portanto, nos casos envolvendo a Norsul, a ex-Aracruz Celulose e a ArcelorMittal, qualquer semelhança não é mera coincidência...

(Por Manaira Medeiros, Século Diário, 22/04/2010)


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