Entre outubro de 2008 e junho de 2009, o Rio Grande do Sul enfrentou um surto de febre amarela. Apesar de o registro de pessoas infectadas não ter passado de 20 casos, a doença vitimou uma grande parte da população de bugios no Estado. Nesse período, foi notificada a morte de aproximadamente 2 mil animais.
Para contribuir com ações de prevenção à espécie e incentivar a criação de novos programas, a Secretaria Estadual da Saúde, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), promove, entre os dias 26 e 27 de abril, uma oficina de discussão dos Impactos das Epizootias de Febre Amarela sobre as populações de primatas do Rio Grande do Sul. O evento ocorrerá em Porto Alegre, no Coral Tower (avenida Protásio Alves, 2.966).
O animal não é vetor da doença, mas funciona como um sentinela da febre amarela. Como contrai o vírus de maneira semelhante à dos humanos, pelo mosquito Haemagogus, o bugio serve de alerta para as autoridades de saúde.
Durante o último surto no Estado, a partir dos casos de morte entre os animais, foram recolhidas amostras de 298 bugios. Destes, 204 tiveram a confirmação da febre a amarela. "Não foi possível fazer exame de confirmação em todos os casos, pois este precisa ser feito nas primeiras horas do contágio. Além disso, acreditamos que o número de mortes tenha sido bem superior, já que não não todos os animais mortos que são encontrados", explica Marco Antônio de Almeida, do setor de Epizootias do Cevs.
Ele afirma que um dos objetivos do encontro da próxima semana é determinar as consequências da febre amarela na população dos animais no Estado. "Não temos muitas informações do que era o tamanho da população dos bugios. Mas é possível que, em algumas matas, em uma área reduzida, eles podem ter sido extintos pela doença", acrescenta Marco.
Por isso, no evento os setores da área da Saúde e do Meio Ambiente irão expor suas análises a respeito da febre amarela e da atual distribuição geográfica dos animais para nivelar os conhecimentos e propor ações para recuperação e preservação dessas populações.
(Governo do RS, 21/04/2010)