A proibição de fumódromos pode causar impactos financeiros significativos aos estabelecimentos comerciais. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto Alegre (SHRBS) teme a restrição total ao fumo, o que causaria perda de clientela e prejuízos financeiros. O presidente da entidade, Cacildo Vivian, salientou que a medida vai interferir no livre arbítrio das pessoas. "Seria uma restrição extremamente radical", avaliou.
Segundo o dirigente do sindicato, mesmo com o vigor da lei que tramita no Senado, haverá dificuldades em implantá-la. "Não vejo uma forma de barrar os fumantes completamente." Vivian é mais favorável aos fumódromos. "O cliente tem o direito de querer fumar ou não, desde que não prejudique o não fumante", frisou. "No entanto, em qualquer alternativa, haverá prejuízos. Por outro lado, a disponibilização de uma área específica para os fumantes vai gerar custos. Caso haja restrições, perderemos clientes", lamentou Vivian.
O uso do cigarro em recintos fechados poderá ser proibido por iniciativa do senador Tião Viana (PT-AC), autor do projeto de lei que prevê a restrição em áreas públicas ou privadas, visando a benefícios a clientes e trabalhadores de bares e restaurantes que se tornam fumantes passivos. A norma foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. Agora, ela vai para a Comissão de Assuntos Sociais. Se passar por essa etapa, a medida será enviada para a Câmara dos Deputados. Uma vez aprovada, a determinação entrará em vigor 180 dias a partir da data da publicação.
Conforme a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doenças cardiovasculares e 30% mais chances de desenvolverem câncer de pulmão do que as pessoas sem contato com o cigarro.
(Correio do Povo, 19/04/2010)