Panvel, Ufrgs e Pucrs promovem o descarte correto de remédios
A rede de farmácias Panvel em parceria com a Ufrgs e Pucrs promove o Programa Destino Certo com o objetivo de educar a população sobre os riscos do descarte errado de medicamentos vencidos. Jogar estes materiais no lixo comum, nos vasos sanitários ou nas pias pode trazer danos tanto à saúde das pessoas quanto ao meio ambiente. Pensando nisso, foram instalados até o momento 16 postos de coleta, para que a população deposite os medicamentos. A ideia é ampliar o recebimento para todas as filiais.
Os remédios coletados são separados na Faculdade de Farmácia da Ufrgs e encaminhados para a empresa responsável pelo descarte correto, a Pró-Ambiente.
“Decidimos fazer esse projeto porque tínhamos uma demanda muito grande de nossos clientes, perguntando o que fazer com o medicamento vencido”, explica Leonor Moura, farmacêutica da Panvel e coordenadora do Projeto Destino Certo. O pedido dos consumidores fez com que a coleta destes produtos, antes só realizada com os medicamentos que passavam do prazo dentro das farmácias, se estendesse para os que eram armazenados em casa. “Basta agora levá-los até o ponto de coleta mais próximo, sem a bula e a caixa da embalagem, já que estas devem ser colocadas direto no lixo seco.” Outra atitude que minimizaria o problema seria a criação de embalagens menores ou que pudessem ser destacadas com a quantidade certa de medicamento para cada paciente.
Para entender melhor os danos ocasionados na água e no solo, Marco Dexheimer, diretor-técnico da Pró-Ambiente, instrui que medicamento vencido não é mais medicamento e sim resíduo químico. Desta forma, o produto preocupa porque possui propriedade tóxica. “Ao descartar, estamos colocando substâncias tóxicas no solo, que é o responsável por toda a agricultura. Assim, corremos o risco de ter alimentos contaminados com substâncias prejudiciais, absorvidas pelas raízes.” Na água o problema é o mesmo. Ao descartar essas substâncias no vaso sanitário ou na pia, elas vão para o Arroio Dilúvio e o lago Guaíba, locais que o Dmae e a Corsan coletam água para transformá-la em potável. “Existe uma grande probabilidade de ficarem resíduos químicos nesta água tratada.”
O procedimento feito na Pró-Ambiente consiste em depositar os medicamentos nas chamadas valas de decomposição ou células de decomposição. Esses locais têm o formato de piscinas e são forrados com camadas de argila compactada e uma geomembrana que reveste a argila. As valas são cobertas para evitar o contato com a chuva. Esta impermeabilização permite que os resíduos não contaminem o solo.
(Por Jessica Gustafson, JC-RS, 19/04/2010)