Autoridades indianas investigam a origem de uma substância radioativa que foi parar num ferro-velho de Nova Délhi. Seis pessoas que foram expostas ao material tiveram de ser hospitalizadas, dando início a questionamentos de que o país não tem regulações adequadas sobre o comércio de materiais industriais perigosos.
Cientistas nucleares que estão realizando testes com material radioativo dizem acreditar que ele veio do exterior, embora não indiquem de que país seria procedente. “Até onde podemos dizer, o material não foi feito na Índia”, disse hoje S.K. Malhotra, porta-voz do Centro de Pesquisa Atômicas Bhabha, acrescentando que a agência tem a “impressão” de que o material faz parte de uma importação em consignação de ferro-velho.
O pânico que inicialmente se espalhou na parte oeste da cidade, onde a radiação foi detectada mais de uma semana atrás, diminuiu. A polícia local e especialistas nucleares fizeram uma operação pente-fino nas dezenas de ferros-velhos nos últimos dias para remover um total de dez fontes de radiação e descobrir pessoas com indícios de exposição, como queimaduras na pele.
O isótopo radioativo descoberto no ferro-velho em Nova Délhi, o cobalto 60, é usado na medicina, incluindo equipamentos para terapia de radiação para câncer e instrumentos como medidores nucleônicos, que podem medir a espessura de um objeto.
O incidente fez surgirem questões sobre se a Índia tem regulações necessárias e procedimento para prevenir a exposição à radiação em larga escala. Embora a Índia tenha passado por desastres industriais como o devastador vazamento de gás na fábrica de pesticidas da Union Carbide em Bhopal, 26 anos atrás, o país nunca sofreu um alarme nuclear.
Rakesh Mehta, secretário-chefe do governo da cidade de Nova Délhi, reuniu-se hoje com reguladores ambientais e cientistas para discutir as medidas a serem tomada sobre o incidente radioativo, incluindo o aumento da monitoração em ferros-velhos e melhores vistorias nos portos do país. “A regras existem”, disse Mehta.”O problema é que a implementação não está sendo feita.” As informações são da Dow Jones.
(Agência Estado / EcoDebate, 17/04/2010)