Testes de DNA feitos em carne de baleia de um restaurante da Coreia do Sul indicam que parte do suprimento veio do Japão, informam cientistas, oferecendo evidências de um tráfico ilegal de carne de baleia originado no programa científico japonês.
Cientistas da Universidade Estadual do Oregon realizaram os testes como parte de um programa de monitoramento das fontes da carne de baleia que chegou ao mercado a partir de 1993. O estudo [Genetic evidence of illegal trade in protected whales links Japan with the US and South Korea, doi: 10.1098/rsbl.2010.0239 ] aparece na edição desta quarta-feira da publicação científica Biology Letters. Reportagem da Associated Press, com informações adicionais do EcoDebate.
O estudo surge no momento em que a Comissão Baleeira Internacional estuda legitimizar a caça comercial de baleias em pequena escala, como forma de controlar a atividade. Ambientalistas temem que a medida possa abrir ainda mais portas para a caça ilegal.
A temporada de caça anual promovida pelo Japão é autorizada pela comissão, pois é executada sob o pretexto de estudo científico. Mas oponentes dizem que se trata de uma fachada para a caça comercial, que é proibida internacionalmente desde 1989.
O Japão caça milhares de baleias minke, que não são consideradas uma espécie ameaçada. A carne não usada nos estudos é comercializada dentro do Japão, mas a exportação é proibida.
O Consórcio de Pesquisa de Baleias do Pacífico Sul,l na Nova Zelândia, estima que 3.000 baleias são mortas a cada ano, pela carne.
“Desde a moratória internacional, supunha-se que não havia comércio internacional de derivados de baleia”, disse Scott Baker, diretor-associado do Instituto de Mamíferos Marinhos da Universidade do Oregon.
“Mas quando derivados da mesma baleia foram vendidos no Japão em 2007 e na Coreia do Sul em 2008, isso sugere que o comércio internacional, mesmo sendo ilegal, ainda existe”, afirma.
O estudo “Genetic evidence of illegal trade in protected whales links Japan with the US and South Korea” está disponível para acesso integral. Para acessar o estudo clique aqui.
(Associated Press, Estadao.com.br, EcoDebate, 15/04/2010)