Só no final deste mês todas as cinco unidades do grupo CMPC no Chile vão retomar a normalidade da produção. As três plantas de celulose e as duas de papel ficam na zona de Concepción, uma das mais afetadas pelo terremoto do final de fevereiro, que alcançou 8,8 graus na escala Richter. No total, os estragos do tremor provocaram uma redução entre 200 mil e 250 mil toneladas para uma capacidade instalada de 2 milhões de toneladas anuais.
Conforme o presidente do conselho de administração da CMPC, Eliodoro Matte, que visitou quarta-feira a unidade de Guaíba, Celulose Riograndense, há estimativas de prejuízo ao redor de US$ 150 milhões, que será em parte recuperado por seguros. Para atender a situações mais urgentes, a produção da Riograndense ajudou a socorrer clientes tradicionais da CMPC. Conforme o presidente da unidade de Guaíba, Walter Lídio Nunes, parte da exportação da Ásia foi destinada a clientes de Argentina, Venezuela e Israel. Apesar das perdas, o terremoto acabou tendo um impacto positivo nos preços internacionais da celulose, em decorrência do temor de desabastecimento. O Chile, afinal, responde por cerca de 10% da produção mundial da matéria-prima.
— Subiu US$ 100 desde o terremoto até agora — calculou Matte, não sem antes fazer um longo relato sobre como a tragédia impactou a região onde estão localizadas as plantas do grupo, com destaque para o fato de que não houve vítimas fatais entre os trabalhadores, embora muitos tenham perdido suas casas.
(Por Marta Sfredo, Zero Hora, 14/04/2010)