A Cáritas regional Ceará está executando o projeto "Catadores e catadoras de materiais recicláveis: Formação para autogestão, assistência técnica e mobilização como processo emancipatório", em doze municípios do estado. A proposta foi desenvolvida pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e é realizada em diversos estados brasileiros. A ideia é promover a organização dos grupos e gerar emprego e renda, com base nos princípios da Economia Solidária.
O principal objetivo do projeto é fortalecer o associativismo e o cooperativismo dos catadores (as) de materiais recicláveis, através de momentos de formação, assistência e mobilização, favorecendo grupos, associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis organizados com participação efetiva em defesa da vida e do meio ambiente.
De acordo com Conceição Almeida, Assessora Técnica do projeto pela Cáritas Ceará, a maioria das cidades participantes já tem algum tipo de trabalho de acompanhamento dos grupos de catadores. "A ideia é muito de participação e formação para que eles (catadores) possam ter mais conhecimento e clareza sobre o desenvolvimento da atividade que exercem", disse.
Segundo ela, cerca de 400 catadores e catadoras e 27 grupos cearenses devem ser beneficiados pelo curso de formação. Os doze municípios escolhidos para participar da formação no Ceará são: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Guaiúba, Itaitinga, Pacatuba, Aracati, Russas, Quixeré, Limoeiro do Norte, Crato e Juazeiro do Norte.
As atividades começaram no início deste mês e seguem até setembro com dois dias de aula por mês, além de atividades complementares a distância. Os participantes recebem alimentação, auxílio transporte e outros benefícios.
Durante o curso serão abordados temas como: Histórico de atividade e do MNCR, Organização do trabalho, Autoestima, Princípios do associativismo, Diagnóstico dos principais desafios, Mercado de Reciclagem, Democracia, Poder Local, Gestão Social e Coleta Seletiva, entre outros.
Ao final da formação, a Cáritas espera que seja criado um Banco de Comercialização dos resíduos implantado pelos próprios catadores, aumento da autonomia e sustentabilidade dos empreendimentos, melhoria na capacidade técnica, produtiva, de gestão e de comercialização das organizações de catadores (as).
A expectativa também é de melhoria na qualidade de vida dos catadores, do trabalho executado por eles e tainda na gestão dos galpões, com o fortalecimento da cultura da solidariedade e do associativismo nos grupos.
Para realizar o projeto, o MNCR conta com o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e Fundação Banco do Brasil. No Ceará, a entidade executora das atividades, Cáritas, conta com a parceria da Pastoral do Povo da Rua.
(Por Tatiana Félix, Adital, 14/04/2010)