O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou na última sexta-feira (9) os dados do desmatamento da Amazônia no mês de fevereiro de 2010, e a quantidade de emissões de gases de efeito estufa que foram causadas por essa devastação.
Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), a devastação da floresta em fevereiro resultou na emissão de 5,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
As emissões provenientes da devastação nos sete primeiros meses do calendário do desmatamento (agosto de 2009 a fevereiro de 2010) foram de 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Segundo o Imazon, a emissão de gases de efeito estufa, entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010, foi maior que a do mesmo período do ano passado. Isso indica que o desmatamento está ocorrendo em áreas com maiores estoques de carbono.
Desmatamento aumenta em 2010
Segundo o SAD, foram desmatados 88 km2 de florestas em fevereiro de 2010, um aumento de 41% em relação ao mesmo mês de 2009, quando o desmatamento somou 62 km2.
Os dados do Imazon diferem dos dados oficiais, medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). A ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira anunciou, na semana passada, que, segundo o Inpe ,o desmatamento caiu 51% no primeiro bimestre do ano.
Já de acordo com o Imazon, nos sete primeiros meses do calendário do desmatamento, 924 km2 foram desmatados, representando um aumento de 23% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram desmatados 749 km2.
Em fevereiro de 2010, o vilão do desmatamento foi Mato Grosso: 75% da derrubada de árvores ocorreram no Estado. Em seguida, vêm Pará (15%) e Roraima (8%). O SAD também registrou 99 km2 de degradação florestal - florestas que sofreram intensa exploração ou ação de queimadas, mas não foram totalmente derrubadas. Quase toda a degradação (99%) ocorreu também em Mato Grosso.
Segundo o SAD, 60% da Amazônia estavam cobertos por nuvens em fevereiro, e por isso não puderam ser monitorados. A região não mapeada corresponde a parte do Amapá, Rondônia, Pará e Amazonas. Portanto, os dados nesses Estados podem estar subestimados.
(Amazonia.org.br, 12/04/2010)