Acusado de encomendar a morte da missionária Dorothy Stang em 2005, o fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, foi condenado a 30 anos de prisão. O resultado do terceiro júri do caso foi divulgado no começo da manhã de hoje.
Ojulgamento já havia começado com tumulto. Pouco antes da sessão, ontem, o réu havia decidido trocar de advogado, o que atrasou em uma hora o início do julgamento. O novo defensor entrou com pedido de adiamento do júri alegando que teve pouco tempo para analisar o processo. Mas o juiz negou o pedido e Vitalmiro foi representado por dois defensores públicos.
O fazendeiro enfrentou seu terceiro julgamento. No primeiro, em 2007, foi condenado a 30 anos de prisão. Teve direito a um novo júri no ano seguinte e foi absolvido. O Ministério Público recorreu da decisão e a Justiça anulou a sentença.
No julgamento de ontem, foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação, entre elas o pistoleiro que fez os disparos e o homem que o contratou. O vídeo da reconstituição do crime emocionou parentes e amigos da missionária.
No interrogado, Vitalmiro disse que não conhecia Dorothy Stang e negou qualquer envolvimento. Antes mesmo do anúncio da sentença, o advogado de defesa Arnaldo Lopes de Paula já anunciava que iria recorrer da decisão.
– Com certeza absoluta a defesa vai trabalhar pedindo a nulidade do júri.
O promotor Edson Cardoso rejeitou os argumentos de Arnaldo.
– A defesa tripudiou com o senso comum: não veio para o primeiro julgamento, não veio para o segundo julgamento. Isso é tripudiar com o bom senso de qualquer cidadão comum – declarou.
Belém
O crime
- A missionária Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros, num assentamento em Anapu, no Pará
- Dorothy apoiava projetos de desenvolvimento sustentável na região e recebeu várias ameaças de morte
(Zero Hora, 13/04/2010)