A Ucrânia vai se desfazer integralmente, até 2012, de seu urânio altamente enriquecido, que poderia ser suficiente para elaborar várias bombas nucleares, anunciou ontem o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, logo após um encontro entre os presidentes americano, Barack Obama, e ucraniano, Viktor Yanukovych, em Washington. As instalações nucleares civis ucranianas vão ser modificadas para operar com urânio de baixo enriquecimento, prevê o acordo.
O anúncio foi feito durante a cúpula de segurança nuclear, que reúne 46 chefes de Estado em Washington. A conferência de Washington é a quarta etapa da campanha de Obama para livrar o mundo de armas nucleares. O objetivo maior, que o presidente admite que provavelmente não será cumprido no médio prazo, começou há um ano em Praga, quando ele estabeleceu planos para reduções significativas de arsenais nucleares.
Neste período, Obama aprovou a nova política nuclear dos EUA prometendo reduzir o arsenal nuclear nacional, abster-se de testes nucleares e não usar armas atômicas contra países que não as têm - lista que exclui Irã e Coreia do Norte. Dois dias depois, no aniversário do discurso em Praga, Obama voltou à capital da República Tcheca para assinar, ao lado do presidente russo, Dimitri Medvedev, o tratado Start 2, que reduz o arsenal nuclear de cada lado a 1.550 ogivas. Ontem, em entrevista à rede de TV ABC, Medvedev advertiu que a Rússia poderá se retirar do tratado assinado na semana passada se o sistema americano de defesa antimísseis na Europa vier a provocar um desequilíbrio.
(Correio do Povo, 13/04/2010)