A manifestação aconteceu em frente à Loja Marisa do centro de Fortaleza. Os sindicalistas levaram à público as denúncias de escravidão.
O Sindicato dos Comerciários de Fortaleza foi às ruas repudiar as ações ilegais da confecção registrada como Indústria de Comércio e Roupas CSV Ltda, fabricante de peças de vestuário feminino para as Lojas Marisa A denúncia, escrita por Maurício Hashizume da ong Repórter Brasil, foi publicada no mês de março pelo jornal Brasil de Fato.
A manifestação aconteceu em frente à Loja Marisa do centro de Fortaleza. Os sindicalistas levaram à público as denúncias de escravidão, maus tratos, aliciamento, ilegalidade, jornadas de trabalho excessivas, diversos problemas no campo da saúde e segurança do trabalho e até indícios de tráfico de pessoas, segundo a fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, que responsabilizou a Marisa em 43 autos de infração.
Na ocasião, a edição do jornal Brasil de Fato, na qual constam todas as informações sobre a fiscalização foi distribuída para os trabalhadores, clientes e transeuntes. A população parou para ouvir o discurso dos dirigentes sindicais e indignou-se com os fatos relatados. Muitos clientes saíram da loja e desistiram de comprar em um estabelecimento que, em pleno Século XXI, se utiliza de trabalho escravo para enriquecer ainda mais seu patrimônio.
Uma cliente, que não quis se identificar, afirmou que não compraria mais na Marisa. “É um absurdo o que estão fazendo. Gostaria de saber para que tanta ganância? Para que tanta riqueza se não fornecem sequer salário justo e trabalho digno para as pessoas?”.
Segundo o site da Marisa, a mesma é “a maior rede de lojas femininas do país", com “mais de 220 lojas espalhadas por todas as regiões"; "mais de 90 milhões de peças vendidas" e "mais de 44 milhões de clientes" frequentam as unidades da rede por ano. Entretanto, mesmo com toda esta grandeza, a empresa não se envergonha de escravizar imigrantes, desrespeitar as leis e agir na ilegalidade. Segundo o jornal, há registros de "salários" de R$ 202 e de R$ 247, menos da metade do salário mínimo (R$ 510).
O Sindicato dos Comerciários de Fortaleza repudia todos os absurdos cometidos nas Lojas Marisa e garante que este é apenas o começo da luta em combate a esta empresa.
(Brasil de Fato, 09/04/2010)