Preocupação de Obama, o anfitrião do encontro, é a possibilidade de terroristas obterem armas atômicas
Líderes dos EUA, do Brasil e de outras 45 nações estarão reunidos hoje e amanhã em Washington para discutir meios de prevenção ao terrorismo nuclear – uma preocupação que o presidente americano, Barack Obama, colocou no topo de sua agenda de segurança e política internacional.
O objetivo do país anfitrião da Cúpula de Segurança Nuclear é que cada nação apresente as ações que está disposta a tomar para prevenir que armas nucleares caiam nas mãos de terroristas – protegendo materiais como plutônio e urânio enriquecido. O Brasil será representado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa) e do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Segundo o diretor-sênior para não proliferação do governo Obama, Gary Samore, “a cúpula é focada na cooperação para prevenir o contrabando nuclear, de forma a reduzir tanto quanto possível o perigo de que grupos de terror ou gangues de criminosos coloquem as mãos em materiais nucleares’’. Samore citou como exemplo de ações a serem anunciadas a decisão do Chile de “remover todo o urânio altamente enriquecido do país’’. E ressaltou tratar-se “da maior reunião internacional para discutir questões nucleares’’ já feita.
Mas o encontro não deve transcorrer sem polêmicas. A primeira, na semana passada, foi o anúncio de que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, havia cancelado sua presença por temer que a cúpula seja usada por Turquia e Egito para exigir que Israel assine o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
Mas a secretária de Estado Hillary Clinton, em palestra na sexta na Universidade de Louisville, minimizou o cancelamento e afirmou que o vice-premier de Israel estará em Washington para a reunião.
Nova York
Os objetivos
- Impedir o terrorismo nuclear, dificultando o acesso a materiais atômicos
- Aumentar o controle sobre o transporte e o uso de urânio altamente enriquecido
- As medidas eventualmente adotadas poderão, na prática, limitar o direito dos países signatários do Tratado de Não Proliferação nuclear de “desenvolver pesquisa, produção e uso da energia nuclear para fins pacíficos’’
AÇÕES POSSÍVEIS
- Criação de bancos multilaterais de urânio
- Acordos pelos quais aliados se comprometem a limitar a produção própria de urânio
Fonte: Associated Press
(Zero Hora, 12/04/2010)