Em determinados horários, o caos se instala no trânsito de Porto Alegre. Essa é a opinião do consultor de Engenharia de Trânsito Mauri Panitz, que defende a edição de um plano diretor exclusivo para estabelecer diretrizes que contemplem a qualificação da circulação viária. Para ele, a modernização que permitiu a verticalização do município não foi acompanhada de medidas para melhorar o tráfego.
"Existem gargalos pontuais em praticamente todos os bairros e uma infinidade de vias de mão única que se transformam em armadilhas para os motoristas." Algumas avenidas estruturais não têm largura contínua e os estreitamentos e a permissão de estacionamento nas duas margens, junto ao meio-fio, represam o tráfego. "Temos uma rede viária boa, mas incompleta, porque não possuímos vias expressas que permitam o trânsito rápido, sem a interferência de semáforos e cruzamentos", pondera.
Parte dos problemas seria solucionada com a construção de pequenos viadutos em cruzamentos de maior movimento da rua Duque de Caxias, da III Perimetral e da avenida Independência. "Há necessidade de realização de um estudo de circulação para balizar estas alterações", diz, acrescentando que uma das soluções passa pela restrição parcial de estacionamento nas avenidas Cristóvão Colombo, Benjamin Constant, Independência, Farrapos, Pernambuco, Protásio Alves e Osvaldo Aranha. Cada linha de estacionamento extinta possibilita a circulação de mais 2 mil veículos por hora.
Por essas razões, Panitz sugere que somente sejam autorizadas construções de prédios residenciais e comerciais que contemplem áreas de estacionamento.
(Correio do Povo, 11/04/2010)